Últimas anotações

Está tudo certo. Não tenho problemas. Na família tudo caminha dentro da normalidade. Na média sou feliz mais que a maioria das pessoas. Mas porque insisto em extrair algo mais profundo da vida? O que busco? Existirá?

20/06/2017

Não tenho mais tempo para pedir um tempo ao meu amor. Nem tempo para o ócio. Nem para tentar e se der errado, recomeçar. Nem tempo para fazer uma viagem em época futura. A parede está cada dia mais perto.

23/06/2017

Mesmo a vida bem vivida apronta com qualquer um. Principalmente o mestre tempo que nos amolda e ensina.

Somos o resultado de uma divisão que sempre sobra resto ou o incidente de um acaso intrigante chamado existência a qual nem sabemos o que improvisar nem a quem atender primeiro.

Antes eu queria o depois e agora quero retornar ao antes.

Mas...pelo visto ninguém quer desembarcar e conhecer (o que tem d)o outro lado, mesmo que nos tornemos uma máquina de engolir sapos.

Então brindemos a vida com champagne italiana borbulhante idêntico ao depressivo mafioso “Al Capone” ao lado de sua felina deslumbrante, comprada no mercado negro de loiras.

Mesmo com sidra Cereser vale a pena o brinde pois, a companhia e a magia do momento é mais importante que a marca. O admirável é absorver em sua profundidade a poesia do acaso mágico que se esvai no ar, sem desejar repetir o momento (tempo??) pois provável o gosto será amargo.

24/06/2017

Um dia enterneço, solto o freio e deixo o acaso me levar. Aceito a existência como ela é. No outro, volto a ser peão temeroso e seguro as rédeas do pensamento selvagem.

25/06/2017

No imprevisto da linguagem

Encontramos poemas de passagem

25/06/2017

O amor precisa de liberdade

E companheirismo para brincar

Em dias de chuva

De bom alimento e cama perfeita

O amor precisa de emoção

Acalentado pela canção

O amor precisa de compreensão

E também perdão

Sem desperdão no dia seguinte

O amor precisa de flor

E muito calor

Precisa de corpo presente

E de solidão quando se pressente

27/06/2017

Com sua ausência retorno ao passado para inventar sua presença.

Com isso me iludo, como no inverno

Quando fantasio um sol dourado em minha janela.

01/07/2017

Minha metade real é lembrança

A outra, inocente, sonha nosso reencontro

01/07/2017

Preciso esquecer meu passado

Entorpecendo-o com overdoses de aguardente

Ou idealizá-lo um alvorecer de luzes

Com sol dourado banhando um campo de girassóis

Trajado com as cores do arco-íris

O poder está em meus pensamentos

Uma coisa é realidade

A outra é poesia.

03/07/2017

Muitas das vezes somos os maiores empecilhos para nós mesmos pois criamos em nossa imaginação um outro lado impossível.

A vontade de ir é sempre esmagada pelos empecilhos da rotina. Esta deveria ser um belo passeio. Mas...caímos em labirintos e nos tornamos reféns daquilo que pensávamos ser a felicidade. Mesmo com tantas barreiras a vida deixa uma certeza: Ela vale a pena.

05/07/2017

Escrever pra mim é uma necessidade física. Tão fisiológica quanto a alimentação, a água, etc.

Muitas das vezes sou obrigado a sair da cama, ligar o computador, perder o sono.

Se não coloco no papel não durmo. Não assisto TV. Não me acalmo. Se resisto o coração acelera. Assim, por obrigação física vou ao computador.

Se não escrevo depois me amarguro buscando a frase que ficou engasgada/sufocada/esquecida e não caiu no papel.

Agora... publicar? Não, não. O mundo já tem livro demais.

10/07/2017

Estressou. Mandou tudo as favas

Embarcou na tampa de uma panela de pressão

Explodida no momento

Tomou as rédeas do vôo

Viajou pelo arco-íris

Banhou-se de cores e luzes

Cresceu espiritualmente,

Virou poesia

Voltou em estado de graça

Tão humilde

Quanto as lendas de um homem santo.

15/07/2017

Idemar
Enviado por Idemar em 27/07/2017
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