Epígrafe: Cidadãos do mundo para uma teoria da cidadania.

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Aprender leis e valores pelo processo de socialização é condição humana básica, considerar válidas as leis aprendidas é tarefa de cada pessoa, que não as considerará assim se elas não convencerem sua razão e seus sentimentos. Porque, como disse Aristóteles há mais de vinte e quatro séculos (...) cada pessoa é uma união de intelecto e de desejo, de razão e de sentimento. Por isso, se essas leis pretensamente humanizadoras, não encontram uma base sólida na razão senciente (*) dos seres humanos, a falta de ‘humanidade’ é insuperável.
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(*) senciente: que sente, tem sensações; capacidade que um ser tem de sentir angústia, dor, felicidade, medo, prazer etc.

Adela Cortina, in Cidadãos do mundo para uma teoria da cidadania. 1ª edição, São Paulo: Edições Loyola, 2005. O texto acima está na pág.15.