A liga da natureza: Salvando os animais da estiagem e do fogo.

 

 

 

Era uma vez, no coração da floresta amazônica, quatro amigos que formavam a liga da natureza: Curupira, o protetor das árvores e dos animais; Boto, o golfinho que podia se transformar em humano; Iara, a sereia que encantava os homens com sua beleza e seu canto; e Cobra Grande, a serpente gigante que controlava as águas.

 

Eles viviam felizes e em harmonia com a natureza, até que um dia, uma grande seca e um incêndio ameaçaram a vida de todos os seres da floresta. O sol estava tão forte que secou os rios e as lagoas, deixando os peixes sem água. O fogo se alastrou pelas árvores e pela vegetação, causando fumaça e destruição.

 

Os quatro amigos ficaram muito preocupados com a situação e decidiram agir. Eles se reuniram em uma clareira e elaboraram um plano para salvar os peixes do aquecimento das águas e das queimadas.

 

- Eu vou usar o meu poder de controlar as águas para criar uma chuva que apague o fogo e encha os rios - disse Cobra Grande.

- Eu vou usar o meu poder de se transformar em humano para pedir ajuda aos homens que moram perto da floresta - disse Boto.

- Eu vou usar o meu poder de encantar os homens para convencê-los a não colocar fogo na floresta e a preservar a natureza - disse Iara.

- E eu vou usar o meu poder de proteger as árvores e os animais para guiar os peixes até um lugar seguro, onde eles possam respirar - disse Curupira.

 

Assim, eles partiram para cumprir suas missões. Cobra Grande se enrolou nas nuvens e fez chover sobre a floresta.

 

Boto se transformou em um homem bonito e foi até a cidade mais próxima, onde encontrou um grupo de bombeiros. Ele explicou a situação e pediu que eles fossem ajudar a apagar o fogo.

Se aproximando dos bombeiros:

 

Boto: Olá, senhores bombeiros. Eu preciso da ajuda de vocês. Há um grande incêndio na floresta amazônica, que está colocando em risco a vida de muitos animais e plantas.

Bombeiro 1: Como você sabe disso? Você é um morador da região?

Boto: Não, eu sou um visitante. Eu vim fazer uma pesquisa sobre a biodiversidade da floresta. Eu sou um biólogo marinho.

Bombeiro 2: Um biólogo marinho na floresta? Que estranho...

Boto: É que eu estou interessado nos golfinhos de água doce, os botos. Eles são animais incríveis, que têm uma inteligência e uma sensibilidade fora do comum. Eles são capazes de se comunicar com os humanos e até de se transformar em humanos.

Bombeiro 3: Isso é uma lenda, não é?

Boto: Não, é uma verdade. Eu mesmo já vi isso acontecer. Eles usam esse poder para se misturar com os humanos e aprender sobre eles. Eles são muito curiosos e amigáveis.

Bombeiro 1: Que interessante... Mas o que isso tem a ver com o incêndio?

Boto: Tem tudo a ver. Os botos estão sofrendo com o fogo, assim como todos os outros seres da floresta. Eles estão perdendo o seu habitat, a sua comida, a sua saúde. Eles estão pedindo socorro, e eu vim aqui para transmitir esse pedido a vocês.

Bombeiro 2: Como assim, eles estão pedindo socorro? Você consegue falar com eles?

Boto: Sim, eu consigo. Eu aprendi a linguagem dos botos, que é uma mistura de sons e gestos. Eles me contaram que a floresta está em chamas, que muitos animais estão morrendo ou fugindo, que as águas estão ficando quentes e poluídas. Eles me pediram para encontrar alguém que pudesse ajudar a apagar o fogo e salvar a floresta.

Bombeiro 3: E você veio até nós?

Boto: Sim, eu vim até vocês. Vocês são os bombeiros, os heróis que combatem o fogo e salvam vidas. Vocês têm os equipamentos, os veículos, os conhecimentos necessários para essa missão. Vocês são a única esperança dos botos e de todos os seres da floresta.

Bombeiro 1: Nós ficamos lisonjeados com o seu reconhecimento, mas nós temos um problema. Nós não temos autorização para ir até a floresta. Nós só podemos atuar na cidade e nas áreas urbanas.

Boto: Mas isso não faz sentido! A floresta é parte do território brasileiro, ela é um patrimônio nacional e mundial. Ela precisa ser protegida e respeitada por todos. Ela não pode ser abandonada à própria sorte, enquanto arde em chamas.

Bombeiro 2: Nós concordamos com você, mas nós não temos poder para mudar essa situação. Nós dependemos das ordens do governo, que não parece se importar muito com a floresta.

Boto: Então vocês vão deixar o governo decidir o destino da floresta? Vocês vão ignorar o pedido de socorro dos botos e dos outros animais? Vocês vão se omitir diante de uma tragédia ambiental?

Bombeiro 3: Não é bem assim... Nós queremos ajudar, mas nós temos medo das consequências. Nós podemos perder os nossos empregos, as nossas famílias, as nossas vidas...

Boto: Mas vocês não acham que vale a pena arriscar tudo isso por uma causa maior? A floresta é mais do que um conjunto de árvores e animais. Ela é a fonte da vida, da saúde, da beleza, da diversidade. Ela é a mãe de todos nós, que nos dá tudo o que precisamos para viver. Ela é a nossa responsabilidade, o nosso dever, o nosso orgulho. Ela é a nossa razão de ser bombeiros, de ser heróis, de ser humanos.

Bombeiro 1: Você tem razão, Boto. Você nos fez lembrar do nosso propósito, da nossa vocação, da nossa paixão. Nós não podemos ficar parados, enquanto a floresta queima. Nós temos que agir, nós temos que ajudar, nós temos que salvar.

Bombeiro 2: Eu também concordo com você, Boto. Você nos inspirou com a sua coragem, com a sua dedicação, com a sua compaixão. Nós não podemos ser indiferentes, enquanto os botos e os outros animais sofrem. Nós temos que ouvir, nós temos que atender, nós temos que socorrer.

Bombeiro 3: Eu também estou com você, Boto. Você nos emocionou com a sua história, com a sua amizade, com a sua lealdade. Nós não podemos trair, enquanto os botos e os outros animais confiam em nós. Nós temos que honrar, nós temos que respeitar, nós temos que amar.

Boto: Que bom que vocês mudaram de ideia, senhores bombeiros. Vocês acabam de tomar uma decisão muito nobre e corajosa. Vocês vão ver como a floresta vai agradecer e recompensar vocês pelo seu gesto.

Bombeiro 1: Muito obrigado, Boto. Você nos abriu os olhos e o coração. Você é um ser incrível e bondoso. Nós nunca vamos esquecer o que você fez por nós.

Boto: De nada, senhores bombeiros. Fico feliz em ter ajudado. Agora, por favor, peguem os seus equipamentos e os seus veículos e vamos até a floresta. E lembrem-se sempre de proteger e cuidar da floresta amazônica.

Bombeiro 2: Pode deixar, Boto. Nós faremos isso e muito mais. A partir de hoje, nós somos defensores da natureza. E você, Boto, você é o nosso amigo para sempre.

 

Iara se aproximou de um fazendeiro que estava prestes a atear fogo em uma área de mata. Ela usou seu canto e sua beleza para seduzi-lo e fazer com que ele mudasse de ideia. Ela também lhe ensinou sobre a importância da floresta para o equilíbrio do planeta.

Se aproximando do Fazendeiro:

Iara: Olá, senhor fazendeiro. O que o traz até aqui?

Fazendeiro: Ora, eu vim limpar essa área para plantar soja. Essa floresta não serve para nada, só atrapalha o progresso.

Iara: Como pode dizer isso? Essa floresta é a casa de muitos animais e plantas, que merecem viver em paz. Além disso, ela é essencial para o equilíbrio do clima, do solo e da água. Sem ela, o mundo inteiro sofreria as consequências.

Fazendeiro: Ah, isso é conversa fiada de ambientalista. Eu não me importo com essas coisas, eu só quero ganhar dinheiro. Agora, se me der licença, eu vou acender esse fósforo e botar fogo nessa mata.

Iara: Espere, por favor, não faça isso! Eu tenho algo para lhe mostrar. Olhe nos meus olhos e escute a minha voz. Você vai ver a beleza da natureza e sentir o seu poder.

Fazendeiro: O que... o que está acontecendo? Eu... eu não consigo me mexer. Os seus olhos... os seus olhos são tão lindos... e a sua voz... a sua voz é tão doce...

Iara: Isso mesmo, relaxe e me ouça. Eu sou Iara, a sereia da floresta. Eu sou uma das guardiãs da natureza, junto com os meus amigos Curupira, Boto e Cobra Grande. Nós protegemos a floresta e todos os seus habitantes dos perigos que os ameaçam. E um desses perigos é você, senhor fazendeiro.

Fazendeiro: Eu... eu sou um perigo? Mas... mas eu só queria plantar meu roçado de abacaxi.

Iara: Você não entende o mal que está fazendo. Ao colocar fogo na floresta, você está destruindo a vida de milhares de seres que dependem dela para sobreviver. Você está contribuindo para o aquecimento global, que causa secas, enchentes, furacões e outras catástrofes. Você está prejudicando a sua própria saúde, pois a floresta produz oxigênio e filtra a poluição. Você está perdendo a chance de conhecer a riqueza da biodiversidade, que oferece alimentos, remédios, fibras e outras utilidades. Você está desrespeitando a cultura dos povos indígenas, que vivem em harmonia com a natureza e guardam os seus segredos e saberes.

Fazendeiro: Nossa... eu nunca tinha pensado nisso tudo... eu me sinto tão culpado... tão arrependido...

Iara: Ainda há tempo de mudar, senhor fazendeiro. Você pode escolher outro caminho, um caminho mais sustentável e responsável. Você pode usar técnicas de agricultura orgânica, que não usam agrotóxicos nem desmatam a floresta. Você pode apoiar projetos de conservação e recuperação da floresta, que geram empregos e renda para as comunidades locais. Você pode se educar e educar os outros sobre a importância da floresta para o planeta e para a humanidade.

Fazendeiro: É... é verdade... eu posso fazer isso... eu quero fazer isso... eu vou fazer isso!

Iara: Que bom que você mudou de ideia, senhor fazendeiro. Você acaba de tomar uma decisão muito sábia e nobre. Você vai ver como a sua vida vai melhorar quando você se tornar um amigo da natureza.

Fazendeiro: Muito obrigado, Iara. Você me abriu os olhos e o coração. Você é uma criatura maravilhosa e bondosa. Eu nunca vou esquecer o que você fez por mim.

Iara: De nada, senhor fazendeiro. Fico feliz em ter ajudado. Agora, por favor, apague esse fósforo e jogue fora esse galão de gasolina. E lembre-se sempre de respeitar e cuidar da floresta amazônica.

Fazendeiro: Pode deixar, Iara. Eu farei isso e muito mais. A partir de hoje, eu sou um defensor da natureza. E você, Iara, você é a minha musa inspiradora.

 

Curupira correu pela floresta ,rios, igarapés,lagos, procurando pelos peixes que estavam sofrendo com a falta de água. Ele usou sua habilidade de fazer sons de animais para chamar a atenção deles e levá-los até um lago profundo, onde eles puderam se refugiar.

 

Graças à liga da natureza, a floresta amazônica foi salva da maior seca do século e das grandes queimadas. Os peixes voltaram a nadar livremente pelos rios, as árvores voltaram a crescer verdes e saudáveis, e os animais voltaram a viver em paz. Os quatro amigos se abraçaram e comemoraram o sucesso de sua missão. Eles juraram continuar protegendo a natureza e todos os seus habitantes.

Viva a liga da natureza!

Fim.

 

A mensagem que o conto quer passar é a de que a natureza é um bem precioso que deve ser cuidado e respeitado por todos. O conto mostra como os personagens lendários da cultura brasileira se unem para salvar a floresta amazônica de uma grave ameaça, usando seus poderes e sua sabedoria. O conto também valoriza a diversidade e a cooperação entre os seres da natureza, que trabalham juntos para o bem comum.

 

O conto é uma forma de conscientizar as crianças sobre a importância da preservação ambiental e do respeito à cultura local.

Joilson Remanso
Enviado por Joilson Remanso em 31/10/2023
Código do texto: T7920938
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