Tempo

Tempo, tempo, tempo - Pensava o rapaz deitado.

Um relógio que estranhamente estava pendurado no teto do quarto, fazia repentinamente o Tic-Tac. Os olhos do jovem transfiguravam uma imagem psicodélica, com o infinito andar dos ponteiros. Por um breve instante os ponteiros paravam, um barulho irritante surgia diante das mecânicas forçando. Os extremos do globo ocular do rapaz começavam a vermelhar, em um só pulo ele já estava em pé. Ele caminhava até sua porta encostada até que parar com um calafrio que subia até sua nuca.

Por que estou com medo? - Pensava o jovem enquanto abria a porta. Parecia tudo muito calmo, logo ele caminhava como se estivesse tudo normal. Sentava-se na cadeira da cozinha e redirecionava seus olhos para o relógio do local. O jovem ficava pasmado ao perceber que o relógio da cozinha também parara. O rapaz achou bem estranho a situação, ao perceber que não tinha um ruído sequer naquele lugar. Caminhando logo para o quarto de seus pais, abria a porta e ninguém estava lá. Caminhando para o quarto de seu irmão, abria a porta com um grande estrondo que era silenciado rapidamente, e nada estava lá. Correu assustadoramente em direção a porta principal da residência, e o barulho que surgira da greta era imenso. O jovem persistiu e abriu a porta. Diante de si, dezenas de relógios contando o tempo diferentemente. Em seguida, largou seu corpo flexionando sobre seus joelhos, nos quais faziam um estalo ao colidirem com o chão. A única coisa que o rapaz poderia fazer era desejar que tudo aquilo acabasse. Uma voz inconsciente surgia de sua boca:

- Pare! - Esbravejava de olhos fechados.

Apesar de estar super assustado, uma calmaria brotava em seus pensamentos. O Tic-Tac havia parado.

O jovem abria seus olhos, que antes refletiam uma imagem psicodélica e tinham os extremos avermelhados, agora brilhavam.

Sentia-se tão imponente como nunca, ele rapidamente ficava de pé e colocava suas mãos em seus bolsos, com uma bela pose. Sentia algo amassar dentro do grande poro da calça, ele o agarrava e tirava. Era um pedaço de papel velho e amarelado. O rapaz abria e lia algo que nunca esqueceria: "Nós fazemos nosso próprio tempo."

Dangerous
Enviado por Dangerous em 07/07/2011
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