A Rainha Esperta

Em um reino bastante distante vivia uma família muito pobre a mãe, uma mulher ignorante, sua filha uma jovem muito bonita que apesar de não ter freqüentado a escola ou lido algum livro, entendia de quase tudo, o pai um homem magro e acabado pelo tempo, servil ao senhor Rei. Em um dia ensolarado voltava o pai da lavoura quando encontrou uma mão de pilão de ouro, todo contente com o que achou foi correndo para casa e falou: Olha só o que eu encontrei vou dar de presente para o Rei ele vai ficar tão agradecido que me dará uma recompensa. A filha logo retrucou: Deixa de bobagem pai, o senhor Rei não vai dar valor para isso, vai zombar é do senhor ouça o que eu estou dizendo.

O pai que o que mais queria na vida era agradar ao Rei, pegou a mão de pilão fez um embrulho de presente e levou para o castelo, chegando lá anunciou que queria dar um presente ao Rei, mandaram-no entrar e levaram-no até a vossa majestade.

-O que quer súdito?

-Senhor meu Rei trouxe-lhe esse presente...

-Mas me aparece cada uma, para quê vai me servir essa mão de pilão, falando isso jogou no chão o presente, pode ir, e nunca mais me aparecera aqui com essas tralhas falando que é presente.

O homem humilhado e bastante decepcionado, nem se deu conta que estava pensando alto e falou: Bem que a minha filha disse...

O Rei bastante irritado gritou: O quê? O que a sua filha disse?

- Fale logo homem!

- A minha filha falou que o senhor Rei não iria valorizar o meu presente e jogaria no chão da mesma forma como o senhor fez.

- Ah, Então sua filha é advinha?

- Não senhor, é não, ela é muito sabida, entende de tudo.

-Ah, é mesmo então vamos testar a sabedoria tão grande da sua filha, amanhã você tem que trazê-la aqui nem de noite nem de dia, nem vestida nem nua, nem calçada nem descalça, nem a pé nem a cavalo. Se isso não acontecer mando matar toda a família.

- Estamos entendidos?

- Sim senhor Rei, e todo trêmulo o pobre homem vai para casa correndo, chegando grita: Vamos mulher e minha filha fugir! O senhor Rei vai mandar nos matar, e as duas sem entender nada pede para ele explicar o que aconteceu depois de tudo esclarecido a filha diz ao pai: Não precisa se desesperar pai nós vamos do jeito que o Rei pediu.

-Mas como pode filha é impossível, esse Rei é um maldito.

No outro dia chegaram logo cedo ao castelo e pediram que chamassem o Rei, ele apareceu meio entediado, mas queria conferir o triste fim daquela família, quando olhou ficou muito surpreso era no crepúsculo e a moça estava com um pé calçado outro descalço, enrolada em uma rede, em cima de um carroça que o pai puxava.

O Rei ficou tão admirado com a inteligência da moça que imediatamente disse que queria casar-se com ela. Depois do casamento tudo corria bem no palácio até o Rei dá a ordem que queria jantar cordeiro, sua esposa falou para os criados que preparassem um pernil, seu prato preferido, o Rei que nunca teve uma ordem sua negada mandou chamar os criados para saber quem tinha desobedecido à ordem, pois este iria morrer naquela mesma noite.

- A criada com muito medo contou que foi a Rainha que mudara o cardápio, bastante aborrecido o Rei ordenou a esposa: Ao terminar o jantar eu quero que você vá embora, leve o que for do seu agrado, o que quiser, ela falou: Posso mesmo levar o que eu gosto daqui do Castelo? Sim o que você quiser a ex Rainha foi à cozinha e colocou sonífero no vinho, o Rei bebeu o vinho e adormeceu em seguida rapidamente ela o colocou em uma carroça e levou embora com ela.

No outro dia, o Rei acordou em uma casa humilde deitado em cama dura e lençóis de tecido barato, sem entender o que estava acontecendo aos gritos perguntou: Onde estou? O que estou fazendo aqui?

A ex Rainha aparece e sorridente responde: Você falou que era para eu ir embora e levar o que eu mais estimava naquele castelo lembra?

O Rei ainda meio confuso diz: Sim, lembro.

- Pois então eu trouxe o que mais me agrada lá.

E o Rei muito satisfeito voltou para o palácio com sua amada, com a certeza que convivia com a mulher mais esperta daquele lugar.

Tânia Suely Lopes
Enviado por Tânia Suely Lopes em 21/06/2011
Reeditado em 22/06/2011
Código do texto: T3049414
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