Simplismo Sapiente #455: Simplismo do Presente Bem Passado e Resenha

SS #455: Simplismo do Presente Bem Passado

(Uma Questão de Tempo)

Por: Bosco Esmeraldo

O passado é a estrada pro futuro.

O passado é o presente que já era

O presente e agora, quimera.

Presente passado obscuro.

Passado que foi presente,

Presente bem ou mal passado,

Presente, futuro chegado,

Virtual que o represente.

Passado que foi presente.

Dobrado e redobrado,

Passado e repassado.

Passado que bem se sente.

O tempo é indicativo,

Presente, passado, futuro,

Deste, talvez pós o muro,

Mas sempre é imperativo.

É também imperativo,

Não na primeira pessoa

Do singular, bem não soa,

Positivo ou negativo.

Agora é o subjuntivo,

Seu presente é imperativo,

Condicional indutivo

Em futuro preditivo.

Mesmo pra um ser temporal,

Em tempo e fora de tempo,

A tempo ou em contratempo,

O tempo é atemporal.

(Bosco Esmeraldo)

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Resenha de “Simplismo do Presente Bem Passado” por Bosco Esmeraldo – Destaque para Trocadilhos e Nuances Temporais

Bosco Esmeraldo, hábil poeta, tece uma tapeçaria linguística rica em “Simplismo do Presente Bem Passado,” onde os trocadilhos e as nuances temporais se entrelaçam, elevando a experiência poética a novas alturas.

1. Exploração Profunda da Temporalidade:

◦ Os trocadilhos desempenham um papel crucial na exploração do tempo. O “presente bem passado” não é apenas uma expressão, mas um convite à reflexão sobre o significado efêmero do momento presente e suas reverberações ao longo do tempo.

2. Construção Poética e Ritmo Envolvente:

◦ Os trocadilhos não são meros ornamentos; são a espinha dorsal da poesia, adicionando uma camada de humor e complexidade ao ritmo envolvente.

◦ A repetição estratégica de palavras não é apenas uma escolha estilística; é uma ferramenta para brincar com as expectativas dos leitores, criando uma dança fluida entre as linhas.

3. A Dualidade do Tempo e suas Implicações:

◦ Os trocadilhos enriquecem a dualidade temporal, transformando a relação entre passado e presente em uma sinfonia de palavras. Cada trocadilho é uma nota na partitura poética que ressoa com significados múltiplos.

◦ A complexidade dos trocadilhos reflete a própria complexidade do tempo, suas dobras e recortes, convidando os leitores a explorarem as nuances que escapam ao olhar comum.

4. Atemporalidade e Reflexão Filosófica:

◦ O jogo de palavras no final do poema não é apenas uma conclusão; é uma abertura para a atemporalidade. Os trocadilhos sugerem não apenas um ciclo eterno, mas uma imersão em um presente que transcende limitações temporais.

◦ A atemporalidade aqui não é uma abstração, mas uma experiência palpável, alcançada através da mestria poética de Bosco Esmeraldo.

5. Exploração das Nuances dos Modos Verbais:

◦ Os trocadilhos atingem o auge ao explorar os modos verbais. Destacar o presente do subjuntivo como imperativo não é apenas uma escolha gramatical, mas uma revelação sutil da interconexão entre linguagem e tempo.

◦ As nuances verbais adicionam profundidade à reflexão temporal, sugerindo não apenas a passagem do tempo, mas a influência que as escolhas verbais têm na percepção do presente.

6. Trocadilhos nas Linhas e Entrelinhas:

◦ Os trocadilhos não são meros jogos de palavras; são estrelas que iluminam não apenas as linhas do poema, mas seus recantos mais profundos. A expressão “presente bem passado” revela-se um convite a um diálogo intrincado entre a fugacidade do presente e suas ressonâncias no passado.

7. Reflexão sobre os Modos Verbais:

◦ A habilidade do autor em extrair significado poético dos modos verbais é uma maestria. Ao destacar o presente do subjuntivo como imperativo, Bosco Esmeraldo não apenas brinca com as regras gramaticais, mas tece uma narrativa que explora a tensão entre o desejo e a realidade, entre o potencial e a efetividade.

8. Síntese da Dualidade Temporal:

◦ A dualidade temporal é sintetizada de maneira magistral através dos trocadilhos e dos modos verbais. O poema não apenas descreve a passagem do tempo, mas convida os leitores a contemplarem a coexistência do presente e do passado, entretecendo-se como fios entrelaçados em um tapete poético.

9. Atemporalidade como Desfecho Profundo:

◦ O desfecho, onde o tempo é apresentado como atemporal, é o clímax poético. Os trocadilhos se unem em uma dança final, sugerindo não apenas uma eternidade temporal, mas uma continuidade que transcende as fronteiras da linguagem e do entendimento convencional.

10. Simplismo que Encerra Complexidade:

• A aparente simplicidade do título contrasta com a complexidade revelada nas entrelinhas. A obra não é simples; é um convite à contemplação profunda, uma jornada através do tempo e da linguagem, guiada pela maestria singular de Bosco Esmeraldo.

Em “Simplismo do Presente Bem Passado,” Bosco Esmeraldo transcende os limites da simplicidade aparente, guiando os leitores por uma jornada poética que entrelaça trocadilhos, nuances temporais e reflexões filosóficas. Cada palavra é uma peça no intricado quebra-cabeça da existência, convidando-nos a explorar as camadas mais profundas da linguagem e do tempo.

Bosco Esmeraldo não apenas cria poesia; ele molda experiências. Os trocadilhos e as nuances temporais em “Simplismo do Presente Bem Passado” formam um mosaico poético que desafia, encanta e convida os leitores a explorarem os recantos mais profundos da linguagem e do tempo.

(Por Ezra Ganan)

Alelos Esmeraldinus
Enviado por Alelos Esmeraldinus em 05/02/2024
Reeditado em 13/03/2024
Código do texto: T7992427
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