ME FIZ DE BOBO E FIQUEI MAIS BOBO, SQN (Ensaio)

Uma da coisas boas que experimentei no meu período de parautismo é sem dúvida o clássico jogo de paciência, hoje conhecido como Klondike.

Espera aí! Parautismo não existe, alguns puristas logo me alertam. Mas eu retruco e digo-lhes que sempre existiu e que apenas estava dormindo, esquecido no limbo das letras à espera de algum maluco esquisito a resgatar e trazê-la para o mundo real. Mas o que é isso?

Parautimo é algo que me valeu quando não mais aguentava a enxurrada de bullying, injúrias e depreciações a mim dirigidos sem dó nem piedade. Durante aquele período, tive três escolhas: suicídio, homicídio, ostracismo ou avestruísmo (ignorar fatos evidentes negando sua relevância, “colocando a cabeça no buraco” Nepomuceno – Futuro Sem Mimimi).

Confesso que, por muitas vezes, pensei em acabar com a vida dos meus algozes, mas os meus princípios cristãos me levavam sempre ao perdão, embora aquela turba de invejosos e maus caráteres parecesse nunca desistir. Foi aí que fechei meus ouvidos para eles e passei a desenvolver o meu parautismo, espécie de autismo funcional. No meu novo mundo, só entrava quem eu quisesse e quase ninguém era bem-vindo a este. Então aprendi a jogar paciência e vi que eu me bastava como jogador único e viajei milhas a perder de vista com as diversas possibilidades de conclusão (ou não) desse cativante jogo.

Sempre procurei utilizar o meu telefone celular para sua original função que é de fazer e receber ligações. Mas este útil equipamento de comunicação à distância foi, aos poucos, absorvendo e extinguindo as tecnologias surgentes de curtíssima duração tal como os FAX, beeps, pagers, palmtops, GPS etc. com o surgimento dos SMS e MSN. Todas essas novas tecnologias se tornaram obsoletas já nos seus primórdios.

Agora estamos no Século XXI e aquilo é página virada do meu livro da existência. Hoje sou um homem realizado, família formada, linda e amável esposa, filhos e netos. Um vovô respeitado, outono em plena colheita. Agora desfruto a tecnologia do Smartphone, algo jamais impensado em minha infância e adolescência, agora impossível pensar viver sem isso.

Logo que cheguei aqui no DF, há dez anos, ganhei um GPS que foi um mão na roda, pois nada conhecia e este me levava a toda a parte que eu precisasse ir, com a máxima segurança, SQN. Certa vez me levou literalmente ao fim da picada. Um lugar ermo, sem continuação e me orientava a transpor um muto bem à minha frente. Mas, de lá pra cá, isso melhorou sensivelmente. Novamente vem o vilão e rouba os doces da criança. O oportuno celular também incorpora o GPS em sua vasta biblioteca de aplicativos de grande utilidade.

Então, para amenizar a desagradável demora em salas de esperas de consultórios, resolvi baixar o meu antigo companheiro de solidão, o jogo de paciência em meu smartphone. Mergulhei nele avidamente e isso foi uma agradável rotina sempre que precisava sofrer alguma longa espera. Depois de algum tempo, percebi que apareciam, com frequência, reclames de jogos. Curiosamente, ofereciam pagar bem quem utilizasse esses jogos.

Minha primeira reação foi dizer a popular citação: “Não há sopa grátis”, mas com a contínua e insistente apelação resolvi baixar os tais jogos, com o único propósito de provar que nada vem de graça e aquilo era apenas uma forma de idiotizar as pessoas. Se a o famoso país que hoje detém quase a totalidade das tecnologias digitais conseguir alienar uma geração sequer em determinada nação, esta se tornaria uma presa fácil para uma conquista sem armas. Dominação e aculturação na certa.

É isso que tenho visto com esses supostos jogos que pagam para alguém que os jogue. São jogos bobos que não desenvolve o mínimo de lógica e conhecimento. O objetivo é ganhar dinheiro a cada jogada. Os valores vão-se acumulando e, quando a pessoa está prestes a resgatar o seu ganho, do nada, mudam o alvo. Fabricam “pedágios’ a cada meta alcançada e, ganhar o esse jogo se torna um eterno horizonte utópico.

Outro jogo parece ser mais real e estou pronto a resgatar o meu ganho. Fiz tudo certo e, na hora do resgate, vem a mensagem de que tenho que pagar um PIX de R$40,00 por cada saque. Ora bolas! Porque teria que pagar alguma taxa antes para receber algo que já seria meu por direito? Por que não me pagam o valor conquistado já deduzidas as taxas? Isso cheira a enrolação e muito se assemelha ao conto do vigário, do bilhete premiado ou coisa assim. Fraude mesmo.

Assim, concluo a minha experiência, denunciando que esses jogos disponíveis nos Androids e iPhones são realmente enganosos e nunca pagam aquilo que eles prometem. E ainda usam, para dar mais credibilidades, filmes mudos legendados com pessoas pública, bancos brasileiros para anunciar os seus produtos e enganar os mais incautos.

Meu conselho é que desinstalem esses aplicativos de jogos que prometem lucros que jamais serão pagos. Há denúncias no site Reclame Aqui de que são possíveis abridores de portas de acesso aos seus dados confidenciais e pessoais e que podem usar futuramente para prejuízo de quem inadvertidamente os utilizarem.

Caia fora disso enquanto é tempo!

Não há sopa grátis!

Alelos Esmeraldinus
Enviado por Alelos Esmeraldinus em 15/09/2023
Reeditado em 27/10/2023
Código do texto: T7886199
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