Dicionário poético.

Este é um espaço pra registrar verbetes poéticos. É isso que eu faço no tédio, no meio do banho, na fila do banco (se bem que eu nem vou em bancos, mas não importa, você entendeu)

Vou editando a medida em que lembrar de mais. Ah, e vai assim mesmo, desorganizado.

‌Efêmero = do que vai embora fácil

‌Redundante = o que existe duas vezes

‌Arrebol = A cor que tinge vermelho

‌Samovar= Um bule que fala russo

‌Boca= A porta pro "sentir gosto". Fica entre o branco do sorriso, as bolas do zói, e moldura do rosto.

Cheio = Do que é vazio de ausência

‌Dúvida= carece de definição, ainda não cheguei numa que agrade. Do que é várias coisas, mas não é nenhuma. Nunca ponto, sempre reticências.

‌Voz = É o que só existe enquanto existe. No corpo, é a manifestação do que há de mais seu. Pode ser imitada ou reproduzida, nunca roubada.

‌Areia= O que se machucou tanto que virou vários, virou grão.

‌Chão= O que está embaixo do meio e do cima, um vão. mas atenção: Sempre há de haver um chão, mais dentro, mais chão.

‌Pimenta= O vermelho que arde

‌Sangue= O vermelho que mata, mas também que nasce.

‌Petricor = O cheiro que a chuva deixa

‌Ato falho = Uma verdade que saí sem querer, sem saber.

‌Saudade = Querer no presente o que já foi. O excesso de ausência.

‌Sinestesia = O sentir da mente, o voltar a ser criança, tocar com a língua o sabor de lembrança. O ver do cheiro, encostar na música, quando o tato lembra um fato e acorda o olfato.

‌Plano = As vezes cartesiano, nunca irregular, isso ou aquilo, assim assado. Talvez elaborado, talvez desaviso, mas nada improviso.