OUSADIA OU MEDO?

Pouco tempo atrás foram nos ensinado nas escolas e igrejas sobre a prudência, sobre o quanto devemos ser comedidos, parcimoniosos, temerosos, cuidadosos e não deveríamos fazer muitas coisas divertidas e interessantes na vida, pois os intérpretes, exegetas e iluminados da “palavra” não concordavam, quer dizer, Deus não concordava. Ainda mais os nascidos nas igrejas, conhecidas como neopentecostais.

Estávamos sobre dogmas; absolutos e inalteráveis. Coisas ditas sobre como você deve agir, pensar, comer, vestir, ouvir e uma infinidades de coisas que caberiam censuras. E vexame por parte da comunidade canonizada contra o transgressor.

Mas à medida que ampliaram novos horizontes; ideias e questionamentos surgiram, começaram alguns a serem aliciados por Lúcifer, pelos menos, era o que alguns ilibados diziam. Há também aqueles com profundo conhecimento em medicina; receitam remédios e milagres para estes peregrinos perturbados.

E com isso diminuía a ousadia, a criatividade, que poderiam chegar a ter; pelo medo errar. Ousadia que é inverso da prudência, do temor. Fruto de um enraizamento cultural do cristianismo no Brasil, desde 1539, quando os Jesuítas vieram com suas catequeses e doutrinas.

A filosofia fez alguns estragos nestas ideias. Mudou a concepção do mundo. Trouxe ousadia, nomes como Nietzsche, Sartre, Schopenhauer trouxeram grandes dúvidas ao pensamento contemporâneo. Hoje, para muitos, pois não querendo absolutizar, não temos mais as ilusões de um céu voluptuoso, mas o presente, com nossas dores e alegrias, até nosso organismo entrar em colapso e não mais existirmos.