A FESTA DOS GATOS-Poema Crônico Atípico-73

A FESTA DOS GATOS

Quando construímos nossa casa, como o terreno era caído,

deu um porão com três metros de altura para com a rua nivelar.

A solução foi reforçar bem o alicerce, não dava para aterrar.

Foi uma boa solução e ficou com dezessete metros ociosos.

Ficou algum tempo assim, depois resolvemos aproveitar.

Foi dado acabamento, colocamos pisos, e mandamos pintar.

Como sobrava onze metros no fundo do terreno, veio a calhar.

Construímos uma edícula com cinco por cinco, com dois banheiros.

Deixamos um pé de laranja e ao lado um pé de abacate.

Assim ficou agradável com um ar de chácara, bem gostoso.

Claro, fizemos também o cantinho da churrasqueira.

Estreamos com a festa familiar de cinquenta anos de meus pais.

A intenção era reunir sempre com os irmãos e sobrinhos.

"Afinal quão bom e suave é que os irmãos vivam em união."

Fiquei decidida a lhes emprestar, caso precisassem, para aniversários.

Também pra se reunir em outros tipos de festinhas, se quisessem.

Tudo bem, enquanto aguentei limpava de quinze em quinze dias.

Acontece que começou a aparecer, sempre um monte de caca.

Só que a preferência era bem no fundo,umas moles outras duras.

Durante este tempo apareciam umas cinquenta, na edícula também.

Nos banheiros e no chão da entrada,e muito cheiro de xixi.

A noite era uma algazarra, os gatos não nos deixavam dormir.

Um dia no salão apareceu sangue pra todo lado, joguei água sanitária.

Esfreguei e não entendia, só via por ali, um gato durante o dia.

Assim mesmo coloquei tela tipo pra galinheiro na entrada.

Para minha surpresa passaram a entrar por baixo, toda noite.

A solução foi colocar pesos na pontas de baixo, mas não resolveu.

Se passaram seis anos de festa para os gatos e trabalho pra mim.

Certo dia cessou a esculhambação, logo descobri porque.

Uma inquilina que morava ao lado se mudou e veio trazer as chaves.

Ela tinha um gato branco que de vez em quando ficava na sacada.

Pensei que só ficassem dentro de casa, falei pra ela.

Foi aí que ela me disse que tinha mais seis muito bem educados.

Não davam o menor trabalho, comiam ração e ficavam lá fora.

Se distraíam e vinham dentro de casa de vez em quando.

Buscar um carinho, comer, tomar água e descansar durante o dia.

A noite saíam e onde iam ela não sabia, gostava do jeito deles.

Fiquei pensando na maior paciência que tive em fazer a limpeza.

Mas pensei que ter animal assim era a maior moleza.

Ver como fazer em meu tutorial ou teoria literária.

Estilo e criação Ana Lucia S Paiva.

ANA LUCIA S PAIVA
Enviado por ANA LUCIA S PAIVA em 26/11/2015
Reeditado em 26/11/2015
Código do texto: T5461391
Classificação de conteúdo: seguro
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