De grão em grão [65]

A vergonha é um sentimento inútil. “Inútil” como xingamento mesmo, não como adjetivo.

É claro que a vergonha tem o seu papel de inibidora de imoralidades, por exemplo. O Rubem Alves dizia que a sociedade nos ensinou a tapar ou vestir as nossas vergonhas (as partes do corpo mesmo).

Imagine se todo mundo fosse sem-vergonha, a baderna que seria...

Mas o que eu xingo na vergonha são as amarras desnecessárias que ela nos põe (ou impõe). O vergonhoso excessivo deixa de fazer muita coisa que tem vontade, perde diversas oportunidades, acumula frustrações e insatisfações. Se sente incapaz de fazer, mudar, experimentar. É um infeliz!

Não pode ser cara-de-pau, intrometido, inconveniente, não se preocupar o mínimo com as outras pessoas. Mas muito menos se sufocar em timidez, receio, temores desnecessários, bobeiras.

Hélio Fuchigami
Enviado por Hélio Fuchigami em 23/12/2014
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