Entrevistador: (Grupo Divulgaescritora)

Entrevistada: Isaura Theodoro (empresária e escritora)

Nota: Esta entrevista foi feita no ano de 2004. Atualmente é o ano de 2023. Muita coisa mudou em relação ao que foi relatado na entrevista: Para melhor! Hoje a escritora participa em centenas de Academias ou Grupos Literárias e participou de inúmeras Antologias.

1º - Fale-nos sobre você: Temos recebido centenas de e-mails, alguns inclusive do exterior e é notório o interesse que você desperta nas pessoas. Fale seu nome completo, seu currículo pessoal, enfim.

MEU NOME COMPLETO é Isaura Batista Theodoro. Assino meus trabalhos como Isaura Theodoro. Nasci em Manhumirim - MG no dia 25/08 porém fui registrada em 27/08. Formei-me professora, porém por contingências do destino, tive que abandonar minha carreira e vocação literária por um bom período.

Sou prioritariamente empresária. Tenho cursos suplementares de Relações Sociais e Comunicação. Gostaria de dedicar-me exclusivamente à literatura. Entretanto, isso ainda não é possível. Creio que um dia Deus me dará essa glória.

Sua cidade é considerada berço de grandes artistas. Fale-nos sobre sua cidade.

Falarei especificamente sobre a cidade em que moro, Cachoeiro de Itapemirim, estado do Espírito Santo-Brasil. Digo isso porque considero “minha cidade”, não apenas Cachoeiro, mas Manhumirim, a cidade em que nasci, Marataízes, a cidade balneária que frequento há mais de 20 anos e dezenas de outras que me acolhem com todo o carinho.

Cachoeiro de Itapemirim é uma cidade localizada entre praias e serras belíssimas. De clima quente, Deus compensou os cachoeirenses colocando a cidade estrategicamente localizada próximo ao litoral (praias belíssimas) e bem próxima (divisa) às serras de clima fantástico e onde se produzem morangos suculentos.

Cachoeiro é berço de Roberto Carlos e Rubem Braga, entre inúmeros outros artistas famosos. É cognominada de “Atenas Capixaba”, “Celeiro de Artistas”, “Capital Secreta do Mundo” e “Capital Internacional do Mármore e Granito”.

A Feira Internacional do Mármore e Granito, realizada sempre no mês de agosto, atrai investidores e visitantes de vários países.

O símbolo de Cachoeiro é a Pedra do Itabira, uma obra prima granítica da Mãe-Natureza que chama a atenção por sua majestade erética (neologismo) lembrando assim um membro do corpo masculino.

- Como e quando surgiu a Isaura escritora?

- Escrevo desde o tempo do “ginásio”. Ganhei alguns concursos de poesia e crônicas e lembro-me que minha avó (que Deus a tenha) morava em um imenso conjunto residencial de casas baixas, onde todos se conheciam e ela saía de porta em porta, no bairro inteiro, mostrando meus trabalhos aos vizinhos, mostrando os recortes de jornais e declamando para eles minhas poesias.

A princípio, inexperiente, eu morria de vergonha quando passava na rua e as pessoas me interpelavam, comentavam sobre os meus escritos. Aquele hábito de minha avó, o incentivo dela, a necessidade que eu tinha de “colocar as idéias no papel”, fez com que eu cada vez escrevesse mais.

Meu primeiro trabalho de caráter realmente profissional foi “HOMENAGEM AO REI”, uma crônica em homenagem ao cantor Roberto Carlos que é nascido em Cachoeiro.

Essa mesma crônica já foi publicada no jornal Diário Capixaba e atualmente encontra-se no portal mineiro - www.mineiros-uai.com.br

Escrevia então para dois jornais: O Sete Dias e A Folha do Espírito Santo.

Atualmente publico crônicas, poemas ou matérias jornalísticas em quase todos os jornais de Cachoeiro, porém não posso assumir compromisso de agenda com os jornais por falta de tempo.

Você é tida em sua cidade (Cachoeiro) como uma personalidade, uma pessoa extremamente politizada e influente. A que você atribui isso e como você usa esse recurso para ajudar essa mesma sociedade?

- É exagero seu... Respondendo sobre a atribuição creio que antes de tudo temos que passar credibilidade em tudo que fazemos. Nossa vida de empresários, nossa participação em movimentos de Evangelização a Adolescentes (EAC) já há 17 anos, os acessos à mídia, as publicações que faço nos meios de comunicação, inclusive emissoras de rádio e TV, independente de agradar ou não “aos poderosos”, os canais que tenho para publicações fora de minha cidade, tudo isso contribui para que a minha Fundação Assistencial e eu sejamos respeitadas.

- Propus-me a escrever e a ajudar o próximo, então que eu me esforce para fazer tudo bem feito. Como você pode ver, as atribuições e a ajuda estão interligadas.

- Você respondeu sobre influência, fale-nos sobre sua politização.

-Não dá pra não responder, não é? Então vamos lá: Meu pai dizia que eu , quando criança, não fora picada por pernilongos, e sim pela mosca azul. Ainda menina, já questionava e politizava tudo.

Apesar dos inúmeros convites, até a atualidade eu não havia ainda sido filiada a nenhum partido político. Confesso que já fizera coordenação política, algumas decisões para cargo majoritário já foram tomadas em reuniões às quais participei. Me envolvi objetivando ajudar às populações incondicionalmente.

Fale-nos um pouco sobre o seu “eu interior”. Como você se analisa? Suas principais virtudes ou defeitos?

Abomino a falsidade. Acredito que temos que ser verdadeiros com o que fazemos e com as pessoas com as quais nos relacionamos, em todos os níveis. Creio que sou uma pessoa boa, pois a vida sempre me coloca em encruzilhadas, porém não me dá a opção de enveredar por um caminho que não seja o do assistencialismo. Seria necessário um esforço muito grande de minha parte para tomar atitudes diferentes das que tomo e isso em última análise, acredito ser bondade minha. Exemplo: Minha casa é a última de um bairro nobre e a mais próxima de um bairro que, há doze anos atrás primava pela carência. Famílias inteiras (invasores de terra) convergindo do interior ou de outras cidades para aquele local e a princípio morando sob lonas, sofrendo as intempéries da natureza. Crianças barrigudinhas, desnutridas, pés no chão. Idosos jogados por sobre esteiras velhas ou trapos e doentes, alguns até com problemas sérios de saúde. O pároco da minha comunidade solicitou-nos ajuda para angariar donativos de alimentos, remédios, roupas, calçados e filtros de água, interceder junto à Prefeitura, solicitar saneamento básico, enfim, melhorar a vida daquelas famílias. Foi um trabalho duro, porém gratificante e as dezenas de famílias hoje têm graças a essa mobilização suas casinhas em alvenaria graças ao trabalho conjunto da Igreja, da sociedade e dos Poderes constituídos.

Iniciei assim um trabalho social que se intensificou com a criação, por mim, da Fundação Assistencial Lady Di, em 1997.

Meus defeitos são muitos, e um deles é a busca da perfeição. Isso às vezes nos torna muito exigentes com as outras pessoas.

-Você é uma escritora polivalente. Como você administra esse dom de fazer poesias, romances, matérias jornalísticas, crônicas, ficção científica e até humor? Você busca inspiração onde ou em quem? Fale um pouco sobre como você compõe seus trabalhos.

O fator preponderante para se fazer qualquer coisa na vida é o amor. Eu amo escrever, Deus deu-me um pouquinho de talento, então eu tento administrar da melhor forma possível.

Tento administrar minha cabeça como se fosse uma empresa, com critérios, dando a cada gênero de literatura que escrevo, o melhor de mim. Meu maior inimigo é o tempo, (meus dias precisavam ter no mínimo 40 horas) e meus maiores desafios são os romances, a ficção científica e principalmente as matérias jornalísticas. Entendo que a sociedade exige respostas imediatas, não nos permite atitudes contemplativas, razão pela qual as matérias jornalísticas são complicadas. Exigem uma rotatividade muito grande, linguagem específica e uma análise constante do exterior, do cotidiano.

Os romances nos exigem uma dedicação muito grande. Eu particularmente, não gosto de personagens ocos, sem vida.

Imagine você criar oito, dez, quinze ou vinte personagens e dar conteúdo a todos eles. Imagine então reunir, interligar todos eles com coerência formando uma estória...

No caso da ficção científica é mais complicado ainda. Você não tem referências no mundo que o cerca. Não pode basear seus personagens no vizinho, no tio, enfim em pessoas que você conhece ou conheceu. Têm que buscar unicamente o que o seu cérebro pode produzir.

A tecnologia nos traz (a nós escritores de ficção científica) um desafio a mais. Nós não podemos cair no “lugar-comum”, criando apenas monstros de 3 olhos e alienígenas verdes e com 1 metro de altura. Temos que nos superar e buscar ser originais dentro do possível. Não podemos também “cair em tentação” e cometer plágios, mesmo que parciais. É mais do que antiético, é desonesto.

Na minha opinião um escritor de ficção científica, mais do que o autor de qualquer outro gênero de literatura, precisa dedicar-se à pesquisa.

Para você ter uma idéia, para compor o ENGEDRON, pesquisei até em livros da NASA.

Como é o seu processo de criação? Você cria em qualquer lugar, ou precisa de um ambiente especial? E quando surge uma inspiração, como você decide que tipo de literatura vai escrever?

Para a inspiração não é necessário lugar específico. Ela vem e pronto.

Não existe lugar determinado para inspirar-me, entretanto, raramente crio à mão. Só no computador. Quando a inspiração “bate”, anoto os tópicos, crio resumidamente o “pequeno monstro” e o aprimoro no computador.

Respondendo sobre que tipo de literatura aplicar, posso confirmar o que já disse antes: Tento administrar a minha cabeça, às vezes de acordo com a necessidade do momento. Exponho em muitos sites e jornais e meu acervo às vezes parece-me insuficiente.

Gostaria de escrever mais poemas, mais romances, mais jornalismo. Há casos em que tenho que repetir matéria. Daí, tendo induzir minha inspiração para o tipo de gênero que preciso criar.

Fale-nos um pouco sobre seus prêmios literários ou homenagens recebidas.

- Falar de homenagens parece falta de modéstia de minha parte. Mas vamos lá:

Recebi recentemente a COMENDA RUBEM BRAGA, condecoração concedida pelo poder Municipal de minha cidade, exatamente por trabalhar com literatura. Por crônicas publicadas, recebi do Poder Legislativo local, proposta por 5 Vereadores de partidos diferentes, ‘Votos de Congratulações”.

Dos prefeitos das cidades de CASTELO, MIMOSO DO SUL E MUQUI, títulos semelhantes.

Ainda da Câmara dos Vereadores de Cachoeiro, títulos de “MULHER CACHOEIRENSE” e “CIDADÃ CACHOEIRENSE”, por trabalhar com literatura.

O último prêmio e que mais me emocionou, é o de “AMIGO DA ESCOLA” expedido pela Escola de 1º grau, neste mês de dezembro, por ter proporcionado um dia de lazer e cultura aos alunos da escola OSCAR MONTENEGRO FILHO, em minha residência, inclusive com a presença de Papai Noel.

Quais são seus planos principalmente literários para o ano de 2005? Você vai publicar outros livros? Quais?

Os planos são muitos, mas dependo em primeiro lugar da vontade de Deus e em segundo de meu inimigo, o tempo.

Os compromissos assumidos como membro de diversas Academias ou Grupos Literários e vários portais (atualmente são 15), não me dão muito tempo para pensar em publicar outros livros que estão prontos ou em fase final. Além disso, estou terminando a minha obra ENGEDRON, ficção científica, requisitada pela Embaixada do Brasil em Washington para análise pela Dream Works de Steven Spielberg. (A primeira parte da obra já foi traduzida para o idioma inglês e enviada).

Gostaria de publicar um romance e um livro de crônicas, que já estão prontos.

Para finalizar, que conselhos você daria a uma pessoa que estivesse iniciando na carreira de escritor?

Daria 3 conselhos: 1) - Que fosse persistente, não esperasse lucro nem a médio prazo.

2) - Que, mesmo sabendo do não lucro, extravasasse seu coração, pois a cada obra criada, o escritor sente um prazer indefinido, assemelhando-se em alguns casos até mesmo a um orgasmo.

3)- Que fosse honesta consigo mesma e com os outros, pois a exposição em abundância de trabalhos alheios na internet pode suscitar em pessoas despreparadas o impulso reprovável e criminoso de plagio total ou parcial.

Data da Entrevista: 16 de Outubro de 2004.