ANTIFARISEU — Ensaio Teológico VII(24) “Paternidade e Sexualidade: Uma Visão Moderna da Educação Cristã”

A visão tradicional e conservadora do papel paterno, defendida por muitas igrejas, enfatiza o dever dos pais de ensinar os filhos a "temer a Deus" (Provérbios 1:7) e seguir preceitos morais rígidos, especialmente em relação à sexualidade. No entanto, essa abordagem pode ser reducionista e potencialmente prejudicial para o desenvolvimento saudável dos jovens.

Contrariando essa visão, estudos modernos, como o da psicóloga Isabela Santos (2021), apontam que o papel principal dos pais deve ser o de oferecer um ambiente acolhedor, seguro e propício ao crescimento emocional e intelectual dos filhos. Como Paulo Freire afirmou, "Educar é impregnar de sentido o que fazemos a cada instante".

A abordagem da sexualidade deve ser feita com sensibilidade e respeito. O educador sexual André Nascimento (2019) alerta que a imposição de valores morais rígidos pode gerar traumas e repressão nos jovens. Como Jesus disse em João 8:7, "Aquele que não tem pecado seja o primeiro a atirar a pedra".

A filósofa Judith Butler (2004) sustenta que a sexualidade é uma construção social complexa, que não pode ser reduzida a noções binárias de certo ou errado. Isso ressalta a importância do diálogo aberto, baseado em evidências científicas e na compreensão das particularidades de cada jovem.

O psicanalista Contardo Calligaris (2010) afirma que, em vez de condenar ou prescrever condutas, os pais deveriam se esforçar para compreender as reais necessidades e inquietações de seus filhos, oferecendo apoio e orientação compassiva. Como Paulo disse em Efésios 6:4, "Pais, não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor".

Portanto, embora os anciãos apresentem preocupações legítimas, sua abordagem moralista e doutrinária revela-se ultrapassada e potencialmente prejudicial ao desenvolvimento saudável dos jovens. Uma postura mais progressista, fundamentada em conhecimentos científicos atualizados e no respeito à diversidade, seria mais eficaz para orientar os pais nesse desafio tão complexo e delicado. Como disse Martin Luther King Jr., "O arco do universo moral é longo, mas se inclina em direção à justiça".