ANTIFARISEU — Ensaio Teológico VI(32) “Adultério: Uma Questão de Pecado ou de Perspectiva?”

A abordagem moralista e punitiva do adultério, comumente adotada por pastores evangélicos, é questionável quando analisada sob uma perspectiva contemporânea e lógica. Como Sócrates afirmou, "Uma vida sem reflexão não vale a pena ser vivida", é essencial questionar e refletir sobre as normas morais estabelecidas.

A Bíblia, em Provérbios 6:30-31, compara o roubo de comida à fome com o adultério. No entanto, essa comparação parece adequada para os padrões morais contemporâneos. O adultério, ao contrário do roubo por necessidade, envolve complexidades emocionais e interpessoais que vão além da simples satisfação de uma necessidade física.

A ideia de que o adultério merece punição implacável e irreparável ignora a possibilidade de reconciliação, perdão e crescimento pessoal. Como o filósofo Friedrich Nietzsche disse, "O que não me mata, me fortalece", é importante considerar que os erros podem levar ao crescimento pessoal.

A narrativa que associa o adultério a consequências devastadoras, como a destruição da alma e o estigma permanente, não considera a capacidade humana de redenção e transformação. Como Paulo escreveu em 2 Coríntios 5:17, "Portanto, se alguém está em Cristo, é uma nova criação. As coisas antigas passaram; eis que surgiram coisas novas!".

Em vez de adotar uma postura punitiva e moralista em relação ao adultério, seria mais sensato promover o diálogo aberto, a educação sexual e emocional, bem como o apoio às famílias em situações de crise. Como o filósofo John Locke afirmou, "A educação começa o cavalheiro, mas a leitura, a boa companhia e a reflexão devem terminá-lo".