ANTIFARISEU — Ensaio Teológico VI(30) “Adultério: Uma Questão de Contexto, Não de Condenação”

A visão moralista e rígida sobre o adultério, frequentemente apresentada pelos líderes das igrejas, é baseada em provérbios bíblicos que o condenam de forma inquestionável. No entanto, como Søren Kierkegaard afirmou, "O indivíduo é a verdade suprema". Portanto, é essencial considerar o contexto social e psicológico envolvido. A sexualidade humana é complexa e nem sempre pode ser contida pelos limites estritos do casamento tradicional.

Em vez de recorrer a provérbios antigos, é mais sensato abordar o tema com uma compreensão mais empática e contextualizada. Como o apóstolo Paulo escreveu em 1 Coríntios 13:4-7, "O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta."

A punição draconiana sugerida no meio religioso, incluindo a pena de morte, é claramente desproporcional aos padrões de justiça contemporâneos. Como o filósofo Immanuel Kant argumentou, "O ser humano é um fim em si mesmo". Portanto, a sociedade moderna reconhece a importância do perdão, da reconciliação e da busca por soluções menos punitivas para os problemas interpessoais.

Em última análise, a abordagem moralista e punitiva apresentada na tradição religiosa não reflete a diversidade de experiências e perspectivas sobre o adultério na sociedade contemporânea. Em vez disso, é preciso adotar uma postura mais compassiva e inclusiva, reconhecendo a complexidade das relações humanas e buscando soluções que promovam o bem-estar emocional e o respeito mútuo. Como Jesus disse em João 8:7, "Aquele que de vocês estiver sem pecado seja o primeiro a atirar pedra".