A perigosa “inocência” dos pacifistas

Existem duas formas opostas de se comportar em relação às guerras e aos conflitos armados em geral: uma é “se queres paz, prepara-te para a guerra”, a outra são os acordos de desarmamento e negociações de paz.

A primeira forma se baseia na intimidação pelo poderio bélico.

A segunda forma se caracteriza via de regra por ter uma das partes bem intencionada fingindo acreditar numa outra parte que não merece confiança.

Um exemplo clássico do efeito danoso do pacifismo aconteceu no período entre as duas guerras mundiais, quando de um lado a Alemanha se armava de forma decidida e o Japão dava sinais de sua fome por territórios com a invasão da China em julho de 1937, enquanto outros países ocidentais, Inglaterra e Estados Unidos principalmente, acreditaram na “força do desarmamento”.

Graças em parte ao então primeiro ministro inglês Arthur Neville Chamberlain (1869-1940) e sua estúpida “política de apaziguamento” que resultou no também estúpido “Acordo de Munique” assinado em 29 de Setembro de 1938, foi aberto espaço para a ocorrência da Segunda Guerra Mundial.

Com esse acordo, Inglaterra e França “cediam” os Sudetos e a Checoslováquia para a Alemanha em troca da “promessa” desta de que não iria reivindicar mais nenhum outro território.

Na sua volta a Inglaterra, depois da assinatura do acordo, Chamberlain foi recebido como herói.

Winston Churchill, que foi a voz dissonante dentro do Parlamento Inglês contra o pacifismo, disse sobre o acordo “Entre a desonra e a guerra, escolheste a desonra, e terás a guerra.”.

O pacifismo no Brasil tem uma conotação bastante diferente do que está registrado em vários momentos da História.

Ele é defendido por partidários de uma ideologia que vê “lógica no assalto” e acha que o malandro, o ladrão e até o assassino é mais merecedor de consideração do que o trabalhador que “rala” 40 horas por semana e contribui com o setor produtivo da Economia e mesmo quando compra um celular pelo crediário, pode ter que cedê-lo para um vagabundo qualquer que “quer apenas tomar uma cervejinha”.

Outro componente de nosso “pacifismo” é uma natural covardia de quem egoisticamente só pensa em defender sua vida miserável sem se arriscar muito.

Nesse contexto, nossas casas cada dia que passa ficam mais parecidas com campos de prisioneiros com seus muros altos, arames farpados e muitas câmeras de vigilância.

Porém quando saímos às ruas, a única proteção que temos é a sorte.

A sorte é também nossa única aliada nessa guerra em que estamos sendo derrotados por um inimigo incansável e persistente, os criminosos em geral e seu poderoso aliado, o Estado.

Argonio de Alexandria
Enviado por Argonio de Alexandria em 24/01/2024
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