REFLEXÕES II

“Que o amor seja sem fingimento. [...] Amem-se uns aos outros, [...] cada um considerando os outros como mais dignos de estima. Sirvam ao Senhor, incansáveis no zelo, [...] alegres na esperança, [...] solidários com as necessidades dos santos, praticando a hospitalidade.” (Rm 12, 9 – 13).

Comumente ouvimos de pessoas do nosso meio social, sejam amigos, familiares, religiosos inclusive este escriba, eu amo fulano, eu amo viajar, eu amo tal roupa, tal comida. Eu amo Jesus, eu amo os Orixás e por aí vai as frases ditas ou sentidas por cada um que se manifesta. Pergunto: não seriam palavras vazias ditas ao vento, melhor dizendo, uma maneira de dizer que gosta disso e daquilo?

Amar ou expressar o sentimento de amor por alguém é muito mais profundo que possamos imaginar. Não podemos amar sem nos solidarizar com a dor do outro. Primeiramente devemos sentir um imenso amor para conosco, pois o contrário seria uma inverdade.

Quando caminhamos pelas ruas da cidade e vimos grupos de pedintes, pessoas que literalmente perderam o sentido de viver, esqueceram sua história, abandonaram seus familiares, alguns em busca do eldorado que não encontraram, outros por questões de drogas e até mesmo aqueles que optaram por uma vida libertina, o que pensamos e sentimos a respeito deles? Tudo, menos compaixão. Esquecemos que cada um carrega dentro de si a sua história, seu passado, seus sonhos, suas angústias. São irmãos nossos, afinal todos somos filhos de Deus se assim o somos, por que censurá-los? O nosso amor deve estar acima de preconceitos, sem fingimentos.

Cristo nos diz, que devemos amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo. Este dito seria a máxima que cada um de nós deveríamos praticar, no entanto estamos aquém de tornar realidade. O nosso egoísmo ainda determina as “regras do jogo”. O sentimento de solidariedade e fraternidade em sua maioria, são simples rabiscos pontuados em velhas folhas amareladas pelo tempo. Evidente que existiram e continuam existindo exceções, tais como o próprio Cristo, Buda, Francisco de Assis, Madre Teresa de Calcutá, Chico Xavier e tantos outros que ficaram ou continuam no anonimato.

Praticar a caridade sem ostentação, onde a mão direita não consegue ver o que a esquerda está a fazer, é um dos caminhos de nos revelarmos caridosos e amáveis para com o outro. Exercer a alteridade nos torna próximos de Deus. Sentimos mais felizes, nossas energias revigoradas, afinal o chacra cardíaco movimenta o amor através de nossas vidas, de nossas atitudes, pois ele atua no físico e no emocional para manter a nossa força vital. É importante termos consciência de que o amor salva.

Atualmente vê-se comportamentos de pessoas, que aos nossos olhos nunca imaginaríamos vivenciarmos. Divididos em dois polos antagônicos, a intolerância se sobressai. Criou-se uma egrégora extremamente negativa onde o ser que pensa diferente do outro é considerado seu inimigo, inclusive em alguns casos isolados, este antagonismo se transforma em violência extrema. Seria esta a vontade do Pai para com os seus filhos? E as religiões o que fazem em prol de seus fiéis, quando se vê alguns credos e religiosos disseminando o ódio em nome de “Deus”? Decidindo por Ele o futuro de seus crentes, já os colocando no fogo do inferno por pensamentos divergentes? O que nos salva, o que nos leva ao Nirvana, seria um simples decreto canônico ou as nossas atitudes diante do que o nosso Pai Maior deseja de nós?.

Sejamos mais solidários, fraternos e amorosos para com conosco e para com o outro, segundo Romanos (12, 9 – 13), desta forma estaremos mais próximos de Deus e com isto possamos construir uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária. Reflitamos todos...

Valmir Vilmar de Sousa (Vevê) 08/01/23

valmir de sousa
Enviado por valmir de sousa em 16/01/2023
Código do texto: T7696210
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