indigente.

esta minha alma, este meu jeito indigente, me leva pra lugares aonde você nunca entendeu estar.

esta minha imagem maltrapilha, confunde, perturba, mas faz com que não consiga ser compreendido o que de fato passa comigo.

desleixo de mim? diria!

qual imagem seria mais apropriada apresentar?

indigentemente sigo pela esta estrada tão comum à todos nós.

vejo as mais variadas formas que as pessoas se encontram nela circulando e isto é tão belo aos meus olhos.

será que é tão difícil entender que vejo assim?

o desalinho tem uma metria a ser seguida, na descontinuidade perfeita do infinito, do imponderável.

maltrapilho sigo, mas em cada farrapo, há a marca de uma história intensa, ali vivenciada.

cada remendo conta das coisas inteiras vividas e talvez dos rompimentos e remendos de algumas e outras tantas.

o caminho se torna ainda mais belo por sua irregularidade.

a irregularidade e a incerteza é o que compõe o nosso caminhar e o nosso viver.

é o que dá o tom do aprendizado.

faz desenvolver habilidades inimagináveis.

qual a sua forma de lidar com elas?

procurar te tudo sobre o controle e certinho?

isso parece bom, pra você.

eu vivo no descontrole de cada dia, buscando o remendo perfeito, para a conclusão ideal de meu viver.

nessa colcha de retalhos, que ao final se faz caleidoscópio multifacetado, em intensos desalinhos, desfiados e pontas que pendem que sejam puxadas, convidando a nova desconstrução do ser.

desconstrução deste indigente, eu...

jo santo

zilá

Paulo Jo Santo
Enviado por Paulo Jo Santo em 14/05/2018
Código do texto: T6335848
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