Caminhos tortuosos

Estou escrevendo esse Romance (meu primeiro) e gostaria muito das impressões de meus leitores. Aqui estão os 3 primeiros capítulos...

Caminhos Tortuosos

CAPÍTULO I

Na agitação da cidade e da vida, as pessoas andam apressadas, sem tempo para olharem para os lados e perceberem o que se passa em sua volta. O dia estava nublado, havia dado uma leve chuva. João, era um jovem sonhador, queria transformar o mundo com o conhecimento. Não gostava de usar coisas caras, achava superficial se preocupar tanto com coisas materiais, mas também era de uma família pobre, que lutava com dificuldade para manter o jovem na faculdade. Estava no primeiro ano do curso de filosofia, com muitas dúvidas na cabeça (coisas da maioria dos estudantes de filosofia). Tinha dúvidas sobre quase tudo, nem mesmo sabia como explicar sua própria existência. Uma de suas dúvidas era: a vida tem sentido?

Todos os dias pegava o ônibus na mesma parada e quase sempre estava imerso em seus pensamentos, com os olhos fixos em seus livros. Porém, em uma certa manhã, resolveu não ir lendo para a faculdade, resolveu ler outro livro, os rostos das pessoas. “Há tantos rostos, cada um deve ter uma história interessante”, pensava consigo. Ao chegar na parada viu um senhor do outro lado da rua, parecia que era um mendigo. Qual será a história dele? Terá família, mas por que se encontra nessa situação deplorável? Pensava consigo.

João ficou com esses pensamentos a respeito do pobre homem. Na faculdade a aula era sobre epistemologia (na filosofia a epistemologia estuda o problema do conhecimento), começa a aula e o professor discursa empolgado para seus alunos. João era do tipo de aluno que não se envolvia muito nas discussões, era mais ouvinte.

— O que é o conhecer? — indagava o professor com o olhar sobre a classe silenciosa. “Será que é preciso passar por algo (experiência) para saber que conheço aquilo ou isso? O nosso conhecer está baseado em nossas experiências, pensamentos, sentimentos e pelos nossos sentidos. Mas o que é a experiência? Podemos dizer que a experiência é um conhecimento que se tem a partir da prática. Porém o conhecimento vai além, pois você não precisa se jogar do décimo andar de um prédio para saber que irá se esborrachar no chão, ou melhor, nós também aprendemos com a experiência dos outros.

Uma ou outra vez se ouvia um suspiro profundo de um dos alunos. João pensava durante a aula: “o que esses ensinamentos dizem para a minha vida?” E o professor sem ser interrompido por ninguém com alguma pergunta ou comentário, continua discursando empolgado: “quando uma pessoa quer lembrar alguma coisa geralmente diz: puxa eu tinha isso em mente e dificilmente: puxa eu tinha isso no cérebro, os médicos analisam o cérebro das pessoas, e se tiver algo errado com os neurônios eles logo percebem. Podemos ver o cérebro de uma pessoa, mas não podemos ver a sua “mente”.

A essa hora João já nem prestava mais atenção a aula, estava com um olhar distante, sem direção. Empolgado, o professor continuava seu discurso para uma plateia que já não demonstrava tanto interesse: — será que podemos saber o que se passa na mente de outra pessoa? Sim, através de seus atos, pensamentos expressos por palavras, isto é, caso a pessoa esteja falando a verdade. Um exemplo, alguém pensa alguma coisa, para saber o que está pensando, esta pessoa irá falar o que pensou, e a ouvinte tenta retransmitir aquilo que entendeu, e a que pensou irá julgar se o que ouviu é realmente aquilo que pensou antes. Será que o nosso conhecer depende só da nossa mente ou só do corpo (físico) ou de ambos? Eu fico com a última o nosso conhecimento depende da mente e do corpo. Um exemplo, quando nos deparamos com uma comida pela primeira vez, nós não iremos saber o seu sabor só a olhando e sim ao provarmos — o toque físico com língua — saberemos o seu sabor (e aqui entra os sentidos: a visão, o tato e o paladar) então ao provar a comida, as impressões vão para o cérebro e daí vai para a mente que por sua vez irá detectar se é uma coisa nova ou se já tem coisa semelhante.

João ouvia atento a aula sobre conhecimento, porém pensava naquele senhor que vira na parada de ônibus. Refletia sobre a imagem que teve dele e se deu conta que poderia estar errado. “A única maneira para conhecê-lo é conversando com ele e esperar que ele seja sincero e veraz nas suas palavras. Será que a vida tem sentido? Mora na rua, não tem família, nem amigos, não tem lugar (casa). Por que não conseguiu vencer na vida? Mas será que vencer na vida é ter tudo isso: casa, dinheiro, família e amigos? Indagava-se em soliloquio, depois deu um suspiro profundo. “Só tem uma maneira de conhecê-lo, amanhã falarei com ele, quem sabe não posso ajudá-lo”. A aula termina e os alunos saem apressados. João conclui sua fala sobre os olhares surpresos de suas colegas: “está decido então, amanhã...amanhã”. Saí envergonhado da sala, depois da gafe.

João morava sozinho, era do interior do Pará, mais precisamente da cidade de Ourém. Veio a Brasília para estudar, passou no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e conseguiu passar no curso de filosofia na UNB (Universidade Federal de Brasília). A mãe, mulher solteira, mandava dinheiro todos os meses para ele se manter nos estudos, ganhava uma bolsa do governo para custear o aluguel e transporte, as outras coisas, tipo alimentação, vestuário, era a mãe quem o ajudava. Era um jovem simples, não se importava com muito luxo, se preocupava mais em comprar livros do que com qualquer outra coisa. Estava atrás de um trabalho para diminuírem os custos para a sua mãe que não contava com muitos recursos financeiros, mas o pouco que conseguia mandava para ele. A situação financeira do país também não era a das melhores, só se falava em crise, gente perdendo emprego, empresas fechando, uma situação difícil. Porém, uma luz no fim do túnel, João foi chamado a uma entrevista de emprego no dia seguinte.

Acordou nervoso e ansioso no dia da entrevista, afinal poderia melhorar sua condição financeira com o emprego e ficar menos dependente do pouco dinheiro da mãe. Sai de casa para a parada de ônibus, observa e percebe que o senhor não estava ali, do outro lado da rua. Mas João não deu muita bola para isso, estava mesmo era pensando na entrevista. Embarca no ônibus e se dirige para a estação 114 sul do metrô. Ao passar na estação na parte subterrânea depara-se com uma figura que não lhe é estranha. Sim era ele, era o senhor da parada de ônibus. A entrevista estava quase na hora, não pôde parar para conversar com o senhor. Achou melhor falar na volta.

O emprego em vista era em uma escola de idiomas, e o cargo era para ser recepcionista. O salário não era alto, mas ao menos diminuiria o custo para a família. O entrevistador gostou da postura de João. Pediu para que esperasse em uma sala por uns minutos. João saiu e ficou ansioso, estava na expectativa de ser contratado. O entrevistador saiu e chamou João novamente à sala:

— Seu João gostamos muito do seu currículo e da sua postura. Porém para assumir o cargo o senhor precisa melhorar na vestimenta. O cargo como já foi dito é de recepcionista, estávamos esperando contratar uma mulher, porém depois da entrevista com o Senhor, chegamos à conclusão que esse cargo deve ser seu. O Senhor se importa de começar na segunda feira que vem?

João abre um sorriso e fala:

— Com certeza. Na segunda feira estarei aqui para começar a trabalhar.

— Bem-vindo à nossa escola, só peço que passe agora mesmo na RH e leve seus documentos.

João saiu da escola esperanço de que agora sim as coisas iriam melhorar, embora o salário não fosse muito alto, ao menos daria para comprar algumas coisas que ele as vezes tinha vontade, mas não conseguia, devido o dinheiro ser pouco. Por exemplo: uma cerveja uma vez ou outra, uma saída com alguns dos seus amigos da faculdade, uma vez que várias vezes teve que recusar convites por falta de dinheiro, tinha vergonha de na hora de rachar a conta não ter dinheiro ou se tivesse, iria faltar para outras coisas.

 

CAPÍTULO II

João estava radiante de alegria e ao passar na estação do metrô, vê novamente o enigmático senhor, sentado no chão frio, parecia que estava ali para pedir esmolas. Dirige-se até ele.

— Bom dia!

— Bom-dia meu jovem.

Colocando a mão no bolso para tirar umas moedas a fim de dar ao senhor, em pensamento planeja em como começar um diálogo, porém o velho o interrompe ao perceber seu movimento.

— Por um acaso pensas em me dar esmolas?

— Sim, não é isso que o senhor está fazendo?

— Não, estas enganado, não lembro de ter pedido algo para você!

— Mas como?! — Pergunta admirado.

— Como o que?

— O senhor mora na rua, porque está se negando a receber a minha esmola?

— Não vivo na rua para pedir esmolas. Não tenho dinheiro é verdade, mas no momento não estou precisando de nada, muito menos de suas moedas, talvez outra hora eu precise, mas não agora.

— As recusa?

— Já disse, não preciso.

João ficou admirado, como uma pessoa naquelas condições está se negando a receber dinheiro. Além da admiração ficou um pouco envergonhado, afinal, o senhor não havia lhe pedido nada mesmo.

— Tudo bem, peço desculpa por achar que o senhor fosse um pobre coitado.

— Imagina, as pessoas têm essa mania. Julgar sem antes conhecer. Acham que todos que moram na rua, são porque não tem família, não...

— Como assim, o senhor tem família?

— Claro que tenho.

— E porque cargas d’água não mora com eles?

— Isso é uma longa história cheia de peripécias e aventuras.

— O senhor já almoçou?

— ainda não, tão pouco tomei café da manhã.

— Já que não aceitou meu dinheiro, aceitas ao menos um almoço.

— Aceito!

— Então vamos ao restaurante!

— Restaurante!!!? — Indaga admirado o homem. Melhor não, não quero incomodar as pessoas que estão lá!

— Incomodar!? Claro que não, serás um cliente entre os outros. Afinal, estará pagando, e mais os incomodados que se retirem.

— És um homem sem preconceitos e simples. Porém, os outros não são assim. As pessoas tendem a rejeitar o que não lhes agrada aos olhos, ao nariz e ao paladar. Estou sujo e maltrapilho e há dias que não sei o que é um chuveiro — Ao dizer isso, abaixa a cabeça com um ar tristonho.

— Calma, vamos resolver isso. Comprarei duas marmitas e venho aqui para comermos.

João foi ao restaurante. Depois de um tempo voltou com duas marmitas.

— Pronto, aqui estão os nossos almoços. Entrega uma ao senhor e fica com a outra. Bom apetite!

— Obrigado! 

CAPÍTULO III

Ao começarem a comer o jovem logo interpela o senhor, querendo saber sobre sua história e para tirar sua dúvida do porquê ele se encontra nessa situação. Fixando os olhos no dele pergunta:

— Por que o senhor mora na rua?

Baixando a cabeça e olhando o prato de comida, enfia a colher na comida, enche-a e a coloca na boca, depois de uns segundos mastigando engole. Encara o jovem.

— Você quer realmente saber da minha história?

— Sim e muito — fala arregalando os olhos!

— Sou um homem não muito interessante de ouvir suas histórias, tenho 50 anos, oriundo de uma dessas cidades do interior do Pará, onde todos se conhecem, uma cidadezinha chamada Ourém.

João se assusta ao ouvir de onde provém o enigmático homem!

— O senhor é de Ourém?

— Sim, sou!

— Não acredito — fala mais surpreso ainda João — Como esse mundo é pequeno, pois eu sou de Ourém!

— Mundo pequeno mesmo!

— Sério?

— Conte-me mais, como veio parar aqui?

— Se não me interromperes. Fala sorrindo, com um sorriso amarelo.

O Senhor enigmático se recompôs, colocou a marmita ao lado e fixou o olhar na parede clara da estação e começou a falar, demostrava saudade em suas palavras, e tinha uma expressão de leveza de alma, falava mansamente, parecia que se deliciava em cada lembrança que proferia.

— Meus pais tinham um sítio na zona rural, quando menino gosta de ir para este sítio e tinha mania de vaguear pela floresta, sem destino e sem nada para fazer. As vezes gostava de caçar passarinho de baladeira, mas me partia o coração ver o animalzinho vindo a óbito, ficava pensando em sua família: sua esposa sem marido, seus filhos sem pai. E tudo isso porque não tinha nada mais de divertido para fazer. Os dias eram quase todos semelhantes no sitio, brincava pela parte da manhã e à tarde ajudava o pai na lavoura. Meu pai, homem forte e trabalhador, gostava de brincar e era sempre carinhoso, dificilmente se exaltava, uma de suas características fortes era ser muito sonhador, mesmo quando nenhum vento era favorável, sempre dizia seu chavão: “se Deus quiser”. Às vezes me vejo no meu pai sonhador e tranquilo. Já a mãe era mais pé no chão, brava quando as coisas não iam a seu gosto, dizia o que pensava sem medo e nem vergonha. Quando na faculdade de filosofia estudei os filósofos gregos, via ali representados os dois, com Platão e Aristóteles, um no mundo das ideias e o outro puxando o olhar para a terra.

— Calma aí, o senhor é filosofo? — Indaga admirado João.

— Sim, sou formado em filosofia!

— Nossa que legal, eu sou estudante de filosofia. Mas continue contando, quero ouvir mais o Senhor. Achei interessante a relação entre filosofia e seus pais, não conheço meu pai, ele foi embora quando ainda não tinha nascido, o porque nunca soube, minha mãe evita falar.

O rosto de João se entristece. O pobre homem come um pouco mais, João percebe que ele está faminto e pede desculpa por querer que ele fique falando na mesma hora em está comendo. Faltava pouco para ele terminar sua comida, quis continuar falando sobre sua história:

— Deve ser triste não conhecer o pai — disse essa frase e continuou falando, parece que divagava: Os adultos devem ter muito cuidado quando forem falar a uma criança, pois são muito frágeis, não sabem filtrar informações relevantes das irrelevantes e sempre levam muito a sério o que os adultos dizem. Acho até os que adultos sempre deveriam elogiar as crianças, exaltá-las, nunca as denegrir, feri-las. Quando menino recebi muitas informações irrelevantes, mas que fizeram um estrago enorme, me chamavam de feio, magrelo, baixinho. Uma vez uma mulher disse-me que nenhuma garota haveria de me querer. Acreditei muito nisso, não conversava com as meninas, pois achava que nunca iriam querer algo comigo. Quando saia da escola em Ourém, sempre ia para a biblioteca municipal, pois acreditava que se elas não olhassem para o meu físico, olhariam ao menos para o meu ar intelectual. E foi nisso que me detive, engolia livros e mais livros: romances, poesias, teologia, filosofia, aventuras, piadas, etc. Não ia a festas só para ficar lendo, era meio estranho, ficava sempre na minha, não dialogava com ninguém. Quando me interessava por alguma menina, logo tratava de enterrar isso, pois acreditava ser uma bobagem de minha parte e que ela jamais iria me querer. Algumas até demostravam interesse, mas achava que elas estavam só tirando brincadeira comigo.

Por um momento João sente uma estranha sensação de já conhecer aquele homem ou ao menos sentir algo semelhante, uma identificação. Nesse momento já não comia, prestava mais atenção ao que o homem falava.

— Aos domingos sempre ia para igreja, nem sempre por vontade própria, mas por exigências do pai que ficava bravo quando alguém dos irmãos faltava. Achava aquela cerimônia tediosa, onde não via sentido algum, mas que devia sempre falar bem para não ser criticado. Era um dos primeiros a chegar na igreja, onde sempre me deparava com meu padrinho de batismo, homem que aparentava ser muito religioso e detentor de uma moral de cabresto. Essa minha atitude de ser sempre e todo domingo uns dos primeiros a ocupar o banco da frente, levou as pessoas a sonharem comigo como um futuro padre. O que de fato me levou a tomar uma decisão crucial na minha vida.

— Qual? — Ignorou a pergunta do jovem e prosseguiu.

— De fato, gostava de ver as pessoas lá no altar da igreja realizando o culto sagrado, os leitores, o ministro da palavra fazendo a meditação do evangelho, isso me despertava um pouco de interesse em ingressar nas ordens sagradas. Mas o fato é, que o que eu queria mesmo, era ser útil para a sociedade, e via na pessoa do sacerdote essa imagem, talvez fruto da cultura que venho, onde o catolicismo é muito influente. As indagações eram frequentes em mim: será que devo ser padre? E como entrar no seminário? Mas quero casar e ter uma família, como fica isso? O interesse por questões existenciais me despertava muitos pensamentos. Por que casar se devo fazer muito para tanta gente sendo solteiro? Mas gosto muito de estudar e viajar, e no seminário isso será muito mais fácil. Então, a convite de meu primo Júlio que era seminarista, fui conhecer esse jeito de viver.

Nesse momento João o interrompe.

— E o senhor foi para o seminário? Engraçado sua história, parece muito a com a do meu pai, sei pouco sobre ele, minha mãe não gosta de falar dele, sei que foi seminarista porque me falam, outras pessoas, não minha mãe, nesse momento cai uma lágrima do rosto do João.

Era um sonho de João encontrar o pai, aliás esta foi uma das razões de ter vindo a Brasília e não ter ficado em Belém, onde também havia passado para o curso de engenharia civil, com muita relutância de sua mãe não ficou mais perto de casa. Na verdade, através de um tio, João sabia que seu pai havia se mudado para Brasília (nem era tão evidente, pois o tio apenas o viu pegar o ônibus para Brasília, mas não sabia se de fato ele teria ido mesmo, afinal, poderia ter ficado em outra cidade), o motivo não sabia e tão pouco o porquê havia lhe abandonado, tanto ele quanto a sua mãe, na época grávida. A o mesmo tempo que queria conhecer o pai, sentia uma raiva grande desse homem, quando o visse, primeiro lhe daria um murro na cara e depois o indagaria porque fez tamanha maldade em abandonar a esposa grávida e com poucos recursos.

— Sim fui para o seminário — continua o senhor — e vivi bons momentos lá!

— E por que não foi padre?

—Talvez não fosse minha vocação! Ao dizer isso, baixou a cabeça com um ar de tristeza.

— E como foi no seminário? Por que saiu?

Nesse momento o senhor coloca o último pouco de comida na boca e conclui melhor te contar outro dia, tenho que ir. Levanta-se e agradece a gentileza do jovem.

— Mas qual o seu nome?

— Me chamo Roberto, um prazer!

— E como vou saber sobre sua estadia e aventura no seminário?

— Venha aqui amanhã e continuo te contando, se te interessa!

— Sim... sim amanhã estarei aqui ao meio dia e almoçaremos junto novamente.

— Por mim tudo bem! Até amanhã.

— Até amanhã!

Ao chegar em casa João sentiu uma leveza na alma, era estranho, mas estava sentindo um certo carinho de filho para com o Roberto. Estava com saudade de casa, pegou o celular e ligou para a sua mãe dona Rafaela. No meio da conversa, citou o encontro que teve com o seu Roberto, sua mãe demonstrou uma certa preocupação. Sem entender nada, João não deu muita bola, devia ser preocupação normal de mãe.