A CORAGEM DOS GRANDES HOMENS DE DEUS

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O conformismo com as ilusões de nossa época é o maior ameaça à liberdade humana; sem autenticidade em nossas reflexões e meditações diárias; sem coragem para recusarmos as seduções desse sistema decrépito e adoecido, somos fatalmente motivados a pensar o que os outros pensam, sem ao menos termos o esforço para avaliarmos as nossas experiências de vida.

Quanto mais nos adequamos de maneira resignada às exigências infrutíferas de uma sociedade embriagada de vaidades, tanto mais perdemos a capacidade de discernir o que realmente é importante para o nosso aprimoramento moral e espiritual, além de ficarmos volúveis aos modismos, aos preconceitos e às preconcepções fabricadas pela indústria midiática. Nem sempre o que a maioria pensa é uma verdade; nem sempre as informações que recebemos condizem com a autenticidade dos fatos.

Infelizmente, para usar uma expressão já usada por Camus, há mentiras que, contadas inúmeras vezes e de forma ininterrupta, podem ser encaradas como verdades incontestáveis por pessoas acostumas à ignorância e ao engano. Porém, aquele que se alimenta da sabedoria (uma riqueza incorruptível que promana da palavra de Deus) sempre encontra alívio para suas angústias e entendimento para suas inquietações.

Nos 67 livros que compõem o canône bíblico, é incrível a quantidade de profetas e homens de Cristo que se recusaram, mesmo sob risco de morte, a idolatrar falsos deuses; enquanto mantinham com firmeza de espírito suas profundas convicções, permaneciam distantes do que grande parte das pessoas faziam e pensavam. Os livros sagrados são a mais clara manifestação dos desígnios do Soberano Universo aos homens cheios de amor, fé, esperança e coragem. Por intermédio dessa última virtude, se mantiveram fortes para não corromperem suas crenças e também para não prostituírem seus grandes dons e talentos.

O profeta Daniel é um exemplo perfeito de homem solitário em meio a toda espécie de prazeres, manjares, festas e luxos; no entanto, ao contrário dos louvores que muitos devotavam ao rei Nabucodonosor, preferiu dar louvores e glórias ao Deus de seus pais, deixando brilhar a joia da sabedoria em seu ser, de tal modo que foi capaz de realizar façanhas na qual nenhum mago, sábio e feiticeiro foi capaz de realizar de antes. Daniel foi, sem dúvidas, um homem irrepreensível, um homem íntegro com capacidade de interpretar diversos sonhos e profecias sob a guia infalível do Rei dos Reis.

Exilado de sua pátria no auge do império babilônico, foi capaz de ser um homem dotado de grande coragem e integridade, porquanto não se rendeu em momento algum aos deuses pagãos; preferiu adorar ao Deus de Israel, em vez de se corromper em troca das riquezas perecíveis dessa vida. Que bela conquista manter a chama da fé acesa nos momentos onde as tribulações espreitam a vida humana!

Em nossa era, estamos carentes de pessoas que amam a Cristo independente de qualquer situação; porém, o testemunho dos profetas e dos santos em Jesus continua sendo um grande motivador para aqueles que professam o seu nome, especialmente àqueles que vivem sob as ameaças do terrorismo (como muitos cristãos que, de maneira corajosa, mantêm sua fé no Deus vivo, mesmo vivendo na contramão de outras ideologias ou sistemas religiosos, como por exemplo, o comunismo e a religião islãmica). Que nunca falte palavras de consolo a essas pessoas e que a necessidade de evangelizar seja mais forte que o medo da morte!

A partir desse exemplo, percebo que a vida nem sempre é fruto de nossos sonhos e aspirações; percebo também que a princípio não temos preparo para lidar com as adversidades da vida. Às vezes é inevitável que elas apareçam quando não sabemos o que fazer; quando somos incapazes de enfrentar sozinhos a dureza das provas e das tribulações a qual estamos sujeitos. É nessas condições que sentimos na alma uma profunda necessidade do Deus para nos prover de sabedoria, serenidade, coragem e discernimento enquanto atravessarmos os desertos mais inóspitos da existência.

2-

Como Daniel, que foi liberto na cova dos Leões e que teve, em seguida, o privilégio de contemplar a revelação sobre os tempos vindouros (cheios de sinais que precederão a vinda do filho do homem); como José, que de cativo se tornou chefe de estado do Egito; como Jeremias, que profetizou em meio as torturas, aos açoitamentos, as ruínas e as prisões; como Davi, que saiu vitorioso das mais terríveis batalhas e enfrentamentos; como Paulo, que expandiu o Evangelho de Cristo sobre tantas nações, entre elas: Roma, Corinto, Tessalônica, Éfeso e demais cidades no mediterrâneo (um homem sem dúvidas corajoso e sábio, e que viveu entre tantas perseguições, náufragos, oposições e perigos de morte...); como Elias, que corajosamente desafiou os falsos profetas de baal e que, após ser transladado e arrebatado para o céu numa carruagem de fogo, foi abençoado pelo Deus soberano com a misteriosa vitória sobre a morte (uma vez que não chegou a passar pela mesma); como Ezequiel, que, em temor e tremor, creu no Altíssimo acerca das promessas de restauração e renovo num vale de ossos secos; como João, que teve o privilégio de conhecer profundamente as promessas eternas de Cristo (no seu exílio na Ilha de Patmos); e como tantos outros homens da Bíblia que foram tementes a Deus, assim também é a vida de todos aqueles que creem em Cristo Jesus e o amam em sinceridade de coração; assim, pois, é a vida de todos aqueles que adoram o seu redentor, ou seja, em espírito e em verdade. Uma vida que busca ser guiada pela luz da esperança divina estará sempre envolta por um amalgama de propósitos, provações, conquistas, libertações e promessas perenes de redenção. É no fogo das lutas e das adversidades que o amor redentor de Deus se manifesta para todos aqueles que se alicerçam de profunda honestidade, de fervores inexauríveis, de clamores santos e de corajosas renúncias.

Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 09/02/2017
Reeditado em 10/10/2017
Código do texto: T5907409
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