Felicidade
Erramos gravemente quando, no anseio exagerado por alcançar felicidade, gastamos demasiado tempo em projetar expectativas elevadas em relação às singulares surpresas que a vida mesma oferece.
A verdade é que esperamos demais e esperamos por muitas coisas, nos furtando a possibilidade de, em tudo, tomar a reta iniciativa de construir, com plenitude, nossos momentos felizes.
Sim! A felicidade é uma construção... É um sorriso lânguido de fim de tarde – após a dura lida do trabalho – quando a satisfação do êxito garantido se faz ainda molhada com o sabor salgado do suor.
Felicidade é conquista depois de uma ferrenha batalha... é soerguimento após temível queda... é boa companhia depois de tempos sozinho... Calma! Felicidade é uma boa taça de vinho [Definição perfeita, porque uma boa taça de vinho é capaz de deixar qualquer coração feliz].
Bom! Felicidade não é um presente dado simplesmente, porque os bens que são tão somente cedidos – sem nenhum esforço do destinatário – também facilmente se perdem [com exceção do Amor, é claro].
A felicidade não é como um oásis no deserto; ela é o próprio deserto em percurso... é o desafio posto em passo... é o presente no presente da história que construímos.
Em resumo, citando mal Érico Veríssimo, “felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando de maneira inútil”.