E agora? -Valeu Boi ?

O dia de amanhã dedicado ao nordestino, surgirá com uma enorme interrogação para esta porção de brasileiros em muitos estados da federação.

O supremo Tribunal Federal bateu o martelo tornando ilegal a prática de tão conhecida vaquejada, ( S.f. Brás. Reunião de gado no rodeio de uma fazenda (Dicio - dicionário online de português) ou ato de reunir o gado nas fazendas para a apartação de reses, ferra etc.

Pegando, um gancho na Wikipédia, a enciclopédia livre, lemos o seguinte que segue na íntegra do texto original:

“ É uma atividade recreativa-competitiva com características de esporte do Nordeste brasileiro, no qual dois vaqueiros a cavalo têm de alinhar o animal (boi) até emparelhá-lo entre os cavalos e conduzi-lo ao objetivo (duas últimas faixas de cal do parque de vaquejada), onde o animal deve ser derrubado. Muito popular na segunda metade do século XX, passou a ser questionada a partir da década de 2010 por ativistas dos direitos dos animais em virtude dos maus tratos aos bois, que muitas vezes têm o rabo arrancado ou sofrem fraturas na queda. Em decisão proferida em 6 de outubro de 2016, o Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional uma lei cearense que procurava disciplinar a modalidade esportiva como um evento cultural, sob o argumento de que manifestações culturais não se sobrepõem ao direito de proteção ao meio ambiente, consagrado no artigo 225 da Constituição Federal.”

Nordestino que sou, cresci ouvindo falar desta em vaquejada, lembro quando bem menino circulava pelos locais reservados para esta prática, onde este evento era um marco para a cidade e motivo de orgulho para a fazenda onde era realizada, e de fama para os vaqueiros de várias regiões.

E agora? Acaba-se de vez com a tradição passando esta ação a ser considerada crime? Continuará a ser praticada às margens da lei Brasil a fora de forma totalmente clandestina?

Será que este novo vento que sopra irá também levar na poeira os tão afamados Rodeios? Imaginem uma cidade de Barretos sem esta prática, Uma festa de exposição agropecuária sem este torneio?

Será que atingirá também as corridas de cavalos em que os animais, embora tratados a pão-de-ló como se diz na terrinha, que mesmo com todas as mordomias inimagináveis a grande maioria de brasileiros como acompanhamento médico, alimentação, segurança entre outras benécias, na realidade não deixam de serem explorados oficialmente para finalidades comerciais?

Talvez salve-se desta onda o Hipismo, que apesar de ter em destaque a qualidade esportiva, onde os animais mesmo vistos como atletas e não como gladiadores, no caso do embate cavalo/vaqueiro/peão x bois/touros em arenas, não deixam de passarem pelo mesmo sofrimentos infligidos aos atletas, que tem como uniforme a dor física em busca da perfeição cada vez mais exigida para a quebra de seus próprios recordes.

Quem viver verá.

Paulo Ivan
Enviado por Paulo Ivan em 07/10/2016
Reeditado em 18/02/2018
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