Muriçoca

Às 2:00 (duas) da madrugada do dia 23/06/2016, acordei desesperada. Um bicho encorpado, penas curtas, voo lento dentro do meu quarto. Ele ou ela, não sei o sexo, zumbiu de forma irritante nos meus ouvidos, e não satisfeito (a) provocou uma coceira também irritante.

Esta citação de Aluísio Azevedo, do livro O Cortiço: "...a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos, acordando-lhe as fibras embambecidas pela saudade da terra, picando-lhe as artérias..." representa um pouco da minha agonia.

É comum depois das chuvas aparecer muita muriçoca, eu que esqueço, só lembro por causa da coceira que consome minha paciência. Afinal , quem tem estrófulo percebe as manchas e cicatrizes nos locais das lesões, assim, mais um tratamento: anti-histamínicos orais e corticoide em cremes ou via oral. Prescritos pelo médico,os antibióticos para combater infecção secundária, se surgir. Ou, ficar trancada em um suporte, até que estes monstros sumam, cobrir por inteiro todo o corpo com roupas grossas, melecar o corpo de repelentes de insetos. Mas, é o ventilador que sozinho coitado tenta coibir a presença na minha pele, pois até o mosquiteiro me irrita, o estresse é tanto com essa situação que fico me perguntando como evitar locais e horários de grande fluxo , parece até uma guerra contra terríveis ataques.

Uma boa - madrugada, sem muriçoca...

¹ http://www.dicionarioinformal.com.br/muri%C3%A7oca/

² http://www.alergodermatologia.com.br/site/index.php/saiba-mais/alergia/alergia-a-picada-de-inseto/

Leah Ribeiro Pinheiro
Enviado por Leah Ribeiro Pinheiro em 23/06/2016
Reeditado em 05/01/2020
Código do texto: T5675864
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