comigo, o que sobrou.

já esperei.

mas agora aprendi de uma vez por todas, não conto mais.

conto só comigo.

vejo os conflitos que travo com algumas pessoas. e que também não sinto que irá mudar.

e nem sei se tenho forças para fazer qualquer movimento inverso.

e sinceramente acho que nem faço questão mais. digo acho, por que tá indiferente neste momento.

vou seguindo simplesmente com os recursos que tenho, que acredito possuir.

me perco no caminho. perco meu eixo. perco as estribeiras em muitos momentos.

sou rude e ruidoso em outros.

mas estou comigo. meus sentimentos estão à flor da pele e eles me embalam e dão o aconchego de minhas horas.

e as horas estão repletas de uma sucessão de fatos e eventos, que procuro tirar algo deles. como da laranja que espremo à tirar o seu suco. a tirar o seu supra sumo.

as lágrimas são minhas, com as minhas questões que saltam aos poros. indeferi à sua aproximação.

não há aproximação. pois nunca houve uma concreta proximidade.

você nunca fez o movimento para estar lá de fato. que na verdade é o aqui.

mas nem importo. estar comigo é muito complicado. sei muito o bem.

comigo mesmo, exijo muito a ser pensado, a ser descoberto, a se definir.

mas comigo mesmo, aprendo a explorar todos os cantos.

seguir pelos mais diversos caminhos.

olhar as mais diversas pessoas e estar próximo a elas. trocando sempre. e ao deixá-las, traz-las comigo.

como referências de de outras formas de fazer o mesmo.

e hoje, estando eu comigo mesmo, penso que meus desafios se fazem amenos quando só.

penso que este tempo das coisas passa numa velocidade muito mais rápida que da luz, acho que segue na velocidade do sopro e da chama, que esvai.

e não me preocupo com os artifícios e sim procuro ainda sentidos.

procuro sentidos não querendo explicação pra tudo.

procuro sentidos porque meu movimento é no simbólico e para ampliar mais e mais meu manancial de símbolos, sinto necessidade de ampliar mais e mais os significados das coisas.

e daí, com todo esta significância, já me preencho mais e dou conta de estar comigo mesmo.

e assim, possa entender de nem contar mais com sua ausência.

pois fica claro que os nossos significados não se firmaram, não foram suficientes para preencher a nossa aproximação.

e a esta separação ganha uma simbologia, que daí sim, permanece inteiramente comigo.

é o que sobrou de nós, junto à mim de fato.

paulo jo santo

zilá

Paulo Jo Santo
Enviado por Paulo Jo Santo em 07/05/2016
Código do texto: T5627910
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