A saída
  
Três horas da madrugada ela não dorme, levanta e senta na beira da cama, balança as pernas, impaciente pensa e imagina a vida dali para frente, se impulsiona e sai do quarto, vai até a janela, apenas o silencio, é cedo demais para os pássaros cantarem, volta para o quarto e deseja algo ardentemente que a muito tenta fazer e agora sabe que não há tempo a perder, a vida não lhe favorece, é uma decisão só dele. Três e vinte, vai a geladeira e toma um copo de água, volta ao quarto tira uma mala de dentro do guarda-roupas, os minutos passam, ela pega as fotos dele, vídeos e o livro que ela não tem coragem de ler, segura-o contra seu peito e chora o tempo perdido e a feliciadade adiada. Quatro horas e a mesma solidão, o telefone não toca, antes de fechar a mala coloca suas vestes necessárias, fecha a mala, vai até a porta e a abre: sai e se tranca por fora e o corpo permanece na cama. Cinco horas.