PERGUNTARAM-ME SE ERA CRISTÃO

Nikolaus Ludwing Zinzendorf, um dos líderes missionários mais influentes do movimento protestante missionário moderno, afirmou certa feita: “Estou destinado a proclamar a mensagem, sem importar-me com as consequências pessoais que me sobrevirão”.

Sua vida testemunha isso. A história conta que, Zinzendorf nasceu no ano 1700 em riqueza e nobreza. A morte de seu pai e o casamento subseqüente de sua mãe o fez ser criado pela avó e tia, cujo fervor pietista evangélico marcou seu coração para as questões espirituais. Na idade de dez anos, ele foi enviado para estudar em Halle, onde se aprofundou no âmbito do ensino inspirador do grande luterano pietista August Hermann Francke. Na Universidade de Halle, Zinzendorf se uniu com outros jovens dedicados, e dessa associação surgiu a "Ordem do Grão de Mostarda", uma fraternidade cristã comprometida com amor por "toda a família humana" e para difundir o evangelho.

De Halle, Zinzendorf foi para Wittenberg para estudar Direito, em preparação para uma carreira no serviço público, a única aceitável para um nobre. Mas ele estava infeliz com suas perspectivas para o futuro. Ele desejava entrar no ministério cristão, mas quebrar a tradição da família seria impensável. A decisão pesou muito em sua mente até 1719, quando um incidente durante uma turnê pela Europa mudou o curso da sua vida. Ao visitar uma galeria de arte, ele viu uma pintura (Homo Ecce de Domenico Feti) que mostra Cristo suportando a coroa de espinhos, com uma inscrição que dizia: "Tudo isso eu fiz por você, o que você está fazendo por mim?" Essa experiência teve um profundo impacto não só sobre a sua vocação futura, mas também em sua formação teológica e espiritual. Meditou e chorou por muitos dias sobre tal frase. Após viajar para a Groenlândia seu coração tornou-se ainda mais inquieto ao ver que os esquimós da Groenlândia não conheciam a Cristo e seu choro aumentou ainda mais.

Algum tempo depois ele encontrou um amigo cristão e lhe fez um convite para ir pregar o Evangelho aos esquimós, dizendo: “Você gostaria de pregar o Evangelho aos esquimós? Mas antes que você me responda, quero que você saiba que você vai sozinho, sem sustento e sem possibilidade de voltar para casa. Você aceita o desafio?”. Aquele homem aceitou o desafio sem pensar duas vezes. A única coisa que fez foi pedir um par de sapatos usados, pois o mesmo estava descalço e seria difícil viajar de tal forma. Na manhã seguinte, ao chegar à casa daquele cristão com o par de sapatos usados que ele havia pedido, Zinzendorf não o encontrou. Ele havia deixado um bilhete dizendo “saí de casa, descalço, antes de o sol nascer. Não posso perder tempo para fazer a obra de Cristo”. Hoje, mais de 95% da população da Groenlândia é cristã! E tudo começou porque um homem ousado e comprometido com Jesus respondeu “SIM” ao chamado de Cristo e dedicou-se a pregar o evangelho e salvar vidas.

Quando Zinzendorf era questionado sobre o real motivo para tão expressivo e sacrificial movimento missionário, respondia: “estamos indo buscar para o Cordeiro o galardão do Seu sacrifício”. Baseado em Isaías 53:11.

Zinzendorf morreu aos 60 anos em Herrnhut, pastoreando até o fim de seus dias. Assim como o Senhor Jesus, foi obediente até a morte para cumprir as Escrituras. O líder morávio procurou seguir o exemplo do Filho de Deus.

E quando ponho-me a meditar na biografia desse grande homem de Deus, rapidamente, dois sentimentos me vêm ao coração: vergonha e esperança. Permita que eu explique.

O Apóstolo João diz que “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo.”, ele argumenta, “Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor” (1Jo 4:18). O Filho foi dado a nós para que pudéssemos abrir mão do medo. Não há medo no amor. No entanto, não poucas vezes me faltou ousadia e amor sufuciente para que lançasse fora o medo que enchia o meu pobre coração. Por isso que as vezes me envergonho de mim mesmo. Tenho de concordar que, não poucas vezes, quando era para eu testemunhar com vigor vacilei. Calei a boca. Por isso que, quando olho para a renúncia e dedicação que Zinzendorf se propôs a viver pelo evangelho concluo que deveria ter feito mais pelo Cristo que foi crucificado por amor a mim. Penso que preciso aprender mais o significado da renúncia no serviço cristão e colocá-la em prática.

Quando digo que me envergonho, não estou falando de uma vergonha constante que me priva de testemunhar. Não! Mas de uma vergonha que provoca uma constante procura. Para ser mais claro: uma procura que leva a entregar-me por completo a mercê de Cristo, pois assumo que ele é o único que pode conduzir-me a uma vida mais plena. “Quando chafurdamos na culpa, no remorso e na vergonha” afirma Brannam Manning “estamos desdenhando do dom divino da graça”[1] já que a vontade de Deus não é que nos mergulhemos numa constante apatia sem cura que faz com que nosso espirito murche. A apatia nos deixa doentios.

Quero sentir-me envergonhado de minha situação deplorável, para poder abraçar o perdão que Deus me oferece. Por isso, o meu coração se enche de alegria na esperança em Deus.

Sim, não quero jamais sucumbir ao que T. S. Eliot chama de “o maior pecado de todos”: fazer a coisa certa pelo motivo errado. Como Jesus mesmo advertiu: “Guardai-vos dos escribas... os quais devoram as casas das viúvas e, para o justificar, fazem longas orações” (Mc 12.38,40). Jesus sabia que a oração poderia ser falsificada por narcisismo espiritual, hipocrisia, verbosidade e sensacionalismo. Não quero ver-me fazendo a coisa certa com a motivação errada. Não quero ver-me envolvido com o sagrado só para a sociedade não dizer que estou envolvido com o profano. Pregando o evangelho, simplesmente para o meu bel-prazer. Pregar as boas novas para os perdidos para apenas ver-me livre da culpa e da vergonha.

O outro sentimento que assalta o meu coração nesses momentos de reflexão, como eu disse, é a esperança. Afinal de contas, o Cristo da Bíblia é aquele que vem para os doentes e não para os sãos. Aquele que vem para publicanos e prostitutas embora os guardiões da religiosidade sejam ofendidos com sua atitude. Aquele que vem para os que sabem que estão longe de serem super-crentes ou santarrões, sem esperança de alcançar o favor divino. Sim, ele vem àqueles que arriscam tudo nEle. Isso mesmo sabendo que estão muito aquém dos requisitos requeridos nos redutos religiosos. É nele que repousa a minha esperança.

A despeito dos meus deméritos, Cristo vive em mim e ele continua me moldando para minha salvação e salvação dos outros para os quais testemunharei a obra de Cristo na cruz e em minha vida.

Quando recebeu o prêmio Nobel pela sua descoberta da teoria quântica Max Planck disse: “Ao olhar para trás para a longa e labiríntica trilha que me conduziu finalmente à descoberta, sou lembrado vividamente da frase de Goethe, de que, enquanto permanecerem lutando por alguma coisa, os homens estarão sempre cometendo erros". E consequentemente, acontece o que Charles Haddon Spurgeon, o príncipe dos pregadores, escreveu: “A bigorna, o fogo e o martelo servem para dar-nos forma.”. Para ser sicero, isto é o que me dá ânimo. Me deixa com entusiasmo perceber que estou num processo de formação, e enquanto estiver sendo lapidado pelo Oleiro por excelência continuarei me esforçando para viver o chamado. Eu sou uma pessoa por meio da qual Deus continua trabalhando; ignorante, fraco e pecaminoso como sou. Sou uma obra prima do Criador. Essa é uma palavra consoladora e libertadora.

E nessa oscilação de sentimentos, prefiro congratular-me na Graça redentora de Cristo a ter que ficar a punir a mim mesmo. Mesmo depreciada por muitos nos estudos teológicos-acadêmicos, embora minimizada nas tradições banais, embargada na auto exaltação de super-astros espirituais que proclamam sua santidade ao seu próprio custo, na falta do assombro da magnificência de Deus em coisas tão comuns do dia-a-dia. Eu prefiro a graça incalculável de Deus. Prefiro mil vezes a Graça.

A graça nos diz que somos aceitos como estamos. Podemos não ser o tipo de pessoa que desejaríamos, podemos estar muito distantes de nossos objetos, podemos contar mais fracassos do que realizações, podemos não ser ricos, poderosos ou espirituais, podemos até mesmo não ser felizes, mas somos apesar de tudo aceitos por Deus e seguros nas suas mãos. Essa é a promessa feita a nós em Jesus Cristo, uma promessa na qual podemos confiar.[2]

Note que, não estou defendendo uma vida desregrada, uma vida insípida, mas lembrando o que Oseias colocou; que Deus está disposto a manter um relacionamento mesmo quando sua esposa torna-se uma prostituta vulgar e grosseira. Isso soa grosseiro. Não é mesmo? Parece ser, apenas, coisa do Antigo Testamento. Coisa de Deus e Israel. Mas não é. O Novo Testamento também traz esse conceito de Deus amoroso que está desposto a descer da sua majestosa glória e relacionar-se com uma geração perversa e que não quer saber da mensagem de reconciliação por meio da graça. É isso que está espalhado pelas gloriosas páginas do Novo Testamento, embora muitos não consigam enchergar.

Uma das histórias mais contundentes no que concerne ao surpreendente e inquestionável amor de Deus é a da mulher adúltera. Ali Jesus mostra para todos o que é o amor e o perdão na sua essência.

Tente visualizar a cena: A mulher adúltera é trazida diante de Jesus.

- O que fazemos com esta mulher? Ela foi apanhada em adultério. Moisés diz que devemos apedrejá-la, mas os romanos não nos deixam apedrejar as pessoas. Qual é o seu parecer? – pergunta a multidão que a arrastou até diante de Jesus.

Jesus os ignora e começa a escrever na areia. Ele então levanta os olhos e diz:

- Bem, aquele aqui que não cometeu pecado algum atire a primeira pedra.

Um a um eles se afastam; do mais velho ao mais moço: vão-se embora. Jesus então diz a mulher:

- Não restou ninguém aqui para condená-la?

Ninguém, Senhor – ela diz.

- Tudo bem – ele diz. – pode ir e não cometa mais esse pecado.

Espera-se que Ele seja o deus dos líderes religiosos, que nunca assimilou a contribuição de Oseias, a julgá-la. Ela foi infiel, e a postura divina incorporada na liderança iria apedrejá-la. O Deus dos fariseus está interessado no contrato, na justiça em primeiro lugar. Matemos a mulher pelo contrato. A pessoa é descartável.

Mas Jesus, o mesmo Deus que Oseias se referiu no Antigo Testamento, está interessado na mulher. Seu amor vai além da justiça e prova-se mais salvífico do que reforçar claramente as regras fundamentais ainda mais uma vez. Jesus se interessa conosco. E se isso não lhes parece boa nova, como disse Brennan Manning, vocês nunca chegaram a compreender o evangelho da graça.[3]

Sinceramente, estou satisfeito com um Deus que não me deixa apodrecendo nas minhas imperfeições, mas que usa a bigorna, o fogo e o martelo para dar-me forma, como disse o célebre pregador inglês, C. H. Spurgeon.

Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.

Hebreus 4.15,16; ARC

Aliás, é isso que estou tentando fazer desde que me entendo por pessoa.

Nos meus limites de ousadia, procurei levantar a bandeira de Cristo. Ainda menino, vi-me numa situação em que devia escolher entre ser covarde e medroso e ser ousado manifestando o amor que lança fora medo.

Era final de mais uma aula quando ouviu-se, na sala de aulas, uma voz:

- Pronto meninos, podem sair para o recreio. Estão dispensados. – disse a professora depois dos longos 90 minutos da aula de Ciências Sociais.

Imediatamente a maior parte da turma despertou-se do tédio.

– Vejo-vos daqui a dez minutos, logo depois que o sino tocar. Está bem?

- Sim, Senhora Professora! – Com o peito estufado e alegria estampada no rosto, respondeu a turma unanimemente. Poucos gostavam das aulas de ciências sociais. Além de termos que apontar muita coisa no caderno, elas eram entediantes. Dava uma impressão que os nossos olhos pesavam um quilo a mais nessa matéria. E para variar, o alegre recreio chegara: ninguém conseguia esconder a alegria; hora de brincar.

- É tudo. Até a próxima aula. Só mais uma coisa, não se esqueçam da nossa regra: quem atrasar-se cinco minutos fica de fora. – Fechando o Livro de Sumário fez um sinal para os alunos saírem.

E naquele instante, a porta tornava-se pequena para suportar o grande vulto de alunos que queria atravessa-la ao mesmo tempo.

Como me olvidarei da sena? Era uma manhã ensolarada de fevereiro, início do primeiro semestre letivo, numa escola nos arredores de Pemba, centenas de crianças se reúnem no pátio da escola para divertir-se um pouco. Alguns rapazes optavam por jogar berlindes[4], outros não dispensavam brincar de esconde-esconde com algumas meninas, enquanto as outras deliciavam-se do jogo 35 – os intervalos eram muito divertidos e quase todos sujavam a roupa copiosamente. Ah! Quando o assunto era prazer, ninguém se interessava com o branco da camisa.

Eu, todavia, sabia que, a qualquer momento, o assunto religião seria mencionado. Aliás, estava até demorando demais para o meu gosto. Era comum perguntar-se a religião de cada um logo nos encontros iniciais.

A conversa não parava. Fomos conversando até que um colega, presente no círculo, dá início ao interrogatório mais óbvio:

- Qual é a tua religião? – Indagou um dos colegas, olhando com expressão de curiosidade o rosto do colega que estava ao seu lado.

Pronto! Começara então a inquirição.

– Muçulmano! Desde o berço. – prontamente respondeu o interpelado. – E até hoje frequento a madraça[5]. – Completou.

A satisfação invade o coração dos presentes por saber a religião dele, era como se tivessem ganhado um pirulito. Seus olhos brilhavam de alegria.

- Teus pais? – Insistiu o perguntador, com tom de autoritarismo na voz. – Eles também são muçulmanos?

- São sim. Os dois, e o restante da família é. – retrucou o colega com uma nota de triunfo na voz. – Meus avós não permitiam aos seus filhos e todos outros familiares que moravam na sua casa qualquer outra religião que não fosse o Islã. No cristianismo nem podia se mencionar, quem o fizesse tornava-se imundo aos olhos deles. – completou.

O estante do grupo jubilava enquanto ouvia os relatos.

A roda, rapidamente, ia ficando cada vez maior enquanto as perguntas eram feitas. Porquanto a roda despertara a atenção dos outros meninos que estavam entretidos nas outras brincadeiras.

Enquanto isso o colega continua.

- Tu ai, o que contas? – ele indaga o próximo que escutava a conversa com indisfarçável satisfação. Mal podia esperar a sua vez para justificar na presença de todos por que tinha o nome muçulmano Abdalá.

– Eu? Ah! Sou muçulmano da África Muslim – replicou o colega. Ele fazia referência à uma das “denominações” islâmicas, muito expressiva na cidade. – Aliás, o meu nome, Abdalá, é uma homenagem ao pai do Maomé.

- É verdade. O nome do Pai de Maomé era Abdalá e o nome da mãe dele era Amina. Aprendemos isso na madraça. – Confirma um dos presentes.

- E você ai, qual é a tua religião – depois de ter passado por uma meia dúzia dos colegas presentes, com olhos fixos em mim, perguntou o ansioso colega.

Houve um momento de hesitação, eu era novo e às vezes me envergonhava por ser cristão; e então com os olhos baixos, olhei para ele, suando na presença de todos.

- fale-nos a tua religião – insistiu o regozijante perguntador.

Naquele momento o único som era o bater da janela da sala em cima de nós.

- Vocês todos sabem muito bem a que instituição pertence esta escola – comecei –, ela é da Igreja Evangélica Assembleia de Deus. E eu morro ao lado da Igreja...

A minha voz embargou e baixei a cabeça. Olhei ao redor do círculo, só conseguia ver muçulmanos. Os olhos baixos, a garganta começou a doer, um soluçar baixinho – o único ruído na roda.

Então um dos presentes falou num tom muito diverso.

- Vai, fala logo. – ele disse – daqui a pouco teremos que entrar na sala. Não temos todo tempo do mundo né?

- É! Daqui a pouco o sino toca e teremos que entrar na sala de aulas – opinou o outro.

Os colegas começaram a ficar impacientes com o drama que eu estava fazendo.

- Então... – Continuei – meu pai é pastor dessa igreja.

- Isso quer dizer que você é cristão? – indagou um dos que estava ali presente. E a expressão no rosto deles!? Estavam todos explodindo de ansiedade, com a atenção toda virada para mim, mal podiam esperar as minhas próximas palavras.

Mais agitado, um dos rapazes aponta o dedo indicador em minha direção e me pergunta:

- Você frequenta a Igreja?

Eu acenei afirmativamente.

- Sim, eu sou Cristão - respondi, para a decepção de muitos.

Olhares de horror pululavam o círculo. Mãos sobre a boca. Seus olhos expressavam repulsa. Então, ouve-se uma voz:

- O que!? Você é cristão? – trovejou o colega. Não queria acreditar no que estava ouvindo. Seu assombro se devia ao caso de que eu era o primeiro e único cristão no círculo, e que o cristianismo era encarado com escárnio. Era evidente na maioria deles que pela religião deles eram capazes de muitas coisas. Até desprezar seus próprios colegas.

Surpreendente e providencialmente o sino toca. Chegara a hora de entrar na sala.

- Ufa, graças a Deus! Que alívio. Essa foi por pouco. Ainda bem que não precisarei responder a mais questionamentos. – pensava comigo mesmo. Entrei na sala em silêncio.

- Abram os seus livros na página nove. Vamos continuar onde parámos na semana passada. – Assim dava início, a professora, a mais uma aula de matemática.

Dali em diante o meu círculo de amizade diminuía expressivamente e, para muitos, era motivo de chacota.

Isso foi nos anos 1990, em Pemba.

Em parte, isso já não era mais novidade. Já era rotineiro: seja na rua, seja na escola, à noite ou de dia, sempre que fizesse novos amigos, via de regra, me perguntavam: qual é a sua religião, cristã ou islâmica? E lamentavelmente, na maioria dos casos, a minha resposta quantificava ou qualificava as amizades que teria dali em diante.

Em Pemba, cidade onde nasci e cresci, o islamismo era e continua sendo a maioria, e a aversão ao cristianismo era escancaradamente notória. As circunstancias me ensinaram a encarnar o cristianismo. Mas esse é um assunto que abordaremos mais adiante. Agora, interessa-me afirmar que, religião é um assunto que faz parte do nosso dia-a-dia. Ele mexe com todos.

É claro que com a ilustração acima não quero dizer que, em detalhes, ocorre ou ocorrerá de maneira similar com todos. Não mesmo! É obvio que cada um tem a sua história. Cada pessoa é uma pessoa. Eu sou eu nas minhas mediações. No entanto, possivelmente, já esteve em uma situação em que o assunto religião norteou as atenções do local em que estava. Se não, algo que é muito raro, prepare-se. Religião aguça a curiosidade de muitos. De fato o homem respira religião. O homem é um ser religioso por natureza.

Mas quando tiver que escolher entre ser medroso e ser ousado, escolha o amor que lança fora o medo. Quando perguntarem-lhe se é cristão diga que se não fosse por Cristo você seria nada. escolha sempre confessar aquele que te confessará diante do Pai. Escolha Cristo.

[1] Manning, Brennan. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 2005. p. 117.

[2] Donald W. McCullough. Walking from the Americam dream, p. 122.

[3] Manning, Brennan. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 2005. p. 32.

[4] Berlinde: bolinhas de gude

[5] Escola a cargo de membros da religião islâmica (não estatal) onde o estudo tem por base o Alcorão.