Pesadelo pedagógico

O que o século XX deixou de missão para o XXI em termos pedagógicos? Deixou a proposta da Educação Nova, tendo o aluno como sujeito, não como objeto, isto é, o aluno como aquele que reproduz “na vida” o que absorveu “na escola”.

Na educação nova, os conteúdos a serem disciplinados para o aluno são de caráter existencial, mais que de caráter informativo. O aluno aprende “para a vida”, para a prática existencial.

Neste modelo, o professor não somente formata o aluno para “passar na prova”, ele configura seu ensino propondo questões relevantes para os enfrentamentos cotidianos que o aluno terá á sua frente no trato com o mundo e seus dilemas.

Mas o século XXI não despertou ainda do sono da escola velha.

Nada muda, e se muda, não muda rumo ao século XXII, e sim, em retrocesso aos velhos moldes.

Chega a ser desesperadora a condição do ensino nas escolas do Brasil afora. Desde as estruturas institucionais na alta cúpula do governo até a porta das salas de aula na escola da vila tudo é desespero.

Se o aluno, centro da educação, não correr por fora em busca solitária por sua própria formação, nada lhe terá sido proveitoso os anos passados na escola.

Professores mau preparados para lidar com crianças e jovens deseducados pela mídia eletrônica, pelas más companhias, pela desestruturação familiar de casamentos desfeitos, de mães precoces e pais delinqüentes.

Os mesmos educadores admitem serem despreparados para ensinarem neste contexto, o que torna a proposta da Educação Nova uma falácia pedagógica.

Algo pode ser feito. Antes de tudo, é preciso validar a proposta da educação nova, construindo pequenos colégios ao invés de grandes escolas.

Poucas crianças e não multidões de delinqüentes.

Também é necessário diminuir o número de matérias e professores por série, assim como subdividir o ano letivo.

Estudar um ano inteiro de matemática não produz bons cálculos. Muitas outras revisões podem ser feitas, basta despertarmos deste pesadelo.