Heresia de Pelágio
Pelágio foi um frade do século IV que negou a corrupção total da raça humana pela transgressão do primeiro homem, e ensinou que nós nascemos em inocência. "O crime de Adão", disse ele, "prejudicou a ele somente, e não ao gênero humano."
Segundo a lógica desta doutrina, chega-se à conclusão de que não há necessidade da graça divina, e eleva a consciência do homem e a Lei ao mesmo nível do Evangelho; na verdade, segundo a teoria de Pelágio, um homem pode ser salvo tanto pela Lei como pelo Evangelho, e a queda do homem e a sua necessidade de um novo nascimento são tidas como imaginações piedosas.
Segundo a sua opinião, as virtudes dos filósofos e patriarcas são os frutos da sua própria excelência.
Embora haja toda uma resistência teológica ao pelagianismo em nosso mundo evangélico, parece-me que somente Calvino chegou à plena coerência da doutrina agostiniana contra Pelágio.
Se historicamente o pelagianismo foi refutado como heresia, existencialmente ele tem sido justificado, uma vez que sua concepção antropológica é máxime dentro de nossos seminários arminianos pós-modernistas.
O mínimo que a igreja professante deveria fazer nestes dias, já que tanto aplaude a Agostinho, era condenar o arminianismo e defender o calvinismo como fazem os anglicanos e os reformados históricos, além da maioria dos batistas.
Mas isto não acontece e nem acontecerá.
A “heresia” de Pelágio é heresia somente para Pelágio.