Heresia de Pelágio

Pelágio foi um frade do século IV que negou a corrupção total da raça humana pela transgressão do primeiro homem, e ensinou que nós nascemos em inocência. "O crime de Adão", disse ele, "prejudicou a ele somente, e não ao gênero humano."

Segundo a lógica desta doutrina, chega-se à conclusão de que não há necessidade da graça divina, e eleva a consciência do homem e a Lei ao mesmo nível do Evangelho; na verdade, segundo a teoria de Pelágio, um homem pode ser salvo tanto pela Lei como pelo Evangelho, e a queda do homem e a sua necessidade de um novo nascimento são tidas como imaginações piedosas.

Segundo a sua opinião, as virtudes dos filósofos e patriarcas são os frutos da sua própria excelência.

Embora haja toda uma resistência teológica ao pelagianismo em nosso mundo evangélico, parece-me que somente Calvino chegou à plena coerência da doutrina agostiniana contra Pelágio.

Se historicamente o pelagianismo foi refutado como heresia, existencialmente ele tem sido justificado, uma vez que sua concepção antropológica é máxime dentro de nossos seminários arminianos pós-modernistas.

O mínimo que a igreja professante deveria fazer nestes dias, já que tanto aplaude a Agostinho, era condenar o arminianismo e defender o calvinismo como fazem os anglicanos e os reformados históricos, além da maioria dos batistas.

Mas isto não acontece e nem acontecerá.

A “heresia” de Pelágio é heresia somente para Pelágio.

Rogério de Sousa
Enviado por Rogério de Sousa em 26/07/2010
Reeditado em 07/01/2016
Código do texto: T2400472
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