O POETA LUIZ EDMUNDO ALVES

Tivemos uma breve oportunidade de conversar com o poeta conquistense Luiz Edmundo Alves - em nosso programa de rádio “Cidade em Foco”, na Rádio Melodia FM – 87,9 – www.melodiaconquista.com.br .

Deixamos o poeta se apresentar e ele nos revelou ser conquistense, radicado nas Alterosas, mais propriamente, em Belo Horizonte, há cerca de 30 anos. Sua conversa muito nos prendeu e suscitou algumas perguntas que eram prontamente respondidas, com aquele “ar” que aprendemos a cultivar e a conviver em nossa andança artística. Falou-nos das “terças poéticas”, uma programação interessante que os mineiros criaram para manter a Poesia viva. Neste evento semanal, são realizadas tertúlias, lançamentos de livros, e o mais importante, são feitos contatos entre os poetas conhecidos, os poetas desconhecidos e os amantes da Poesia!

Ao conversar com o poeta Luiz Edmundo Alves, bateu-me uma ponta de saudade do nosso “Café Concerto” – que criamos na década de 1990 e que funcionava no foyer do Centro de Cultura – com um formato um pouco mais abrangente, pois era dedicado à Poesia e à Música, com mais ênfase para a MPB de primeira qualidade. Era uma programação que funcionava às segundas-feiras, das 19 às 23 horas, uma espécie de ‘aperitivo’ para o FIB – Festival de Inverno da Bahia, que era realizado no mês de agosto. Com a minha saída da direção do Centro de Cultura, em 1997, o projeto ‘Café Concerto’ ficou para trás, como ficou para trás o próprio Festival de Inverno da Bahia, que aconteceu até o ano 2000. Este assunto nos remete a uma demanda judicial que temos contra a TV Sudoeste que, além de nos atrair para uma cilada, através seu diretor da época, nos usurpou o nome do Festival de Inverno da Bahia. E a Justiça em Conquista, levou cinco anos para citar os réus. Parece mentira, mas não é!

Ao final da nossa conversa, o poeta Luiz Edmundo Alves nos presenteou com dois livros: um de poemas, “Fotogramas de agosto”, que tive o prazer de ler e reler. Seus poemas são belos e inspirados. E logo na apresentação o poeta revela-se: “ eu sou o poeta que se senta no poema/para ler a vida. Sou/aquele que precisa juntar partes,/..../mas que tem amigos guardados/que tem amores guardados...” e por aí vai o nosso Luiz Edmundo Alves, mais na frente, referindo-se à Bahia... “na dimensão onírica dos séculos construímos a/nação musical pra:/ tocar piano na praia de Ipanema.rodopiar com os/bois em Parintins, subir no trio com Caetano e Gil. Na pág. 39 do seu belo livro, ele conta em versos a história de Minas, sua terra adotiva: “em 1699 minas gerais era um bebê./depois começou a cuspir, a espirrar/ ouro.cresceu, ganhou músculos./alimentou e comeu escravos e/aventureiros,depois cuspiu diamantes...” Já na parte final da obra, o poeta revela-se novamente: “olhem-me/eu, Luiz-liberto-da-falta,/venho aqui projetar minha saudade./”

Este é o poeta Luiz Edmundo Alves, conquistense, poeta de Belô e que espero encontrar para continuar nossa conversa, quem sabe, entre copos de cerveja...

Ricardo De Benedictis
Enviado por Ricardo De Benedictis em 18/05/2010
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