FILMES: “MAR ADENTRO e MENINA DE OURO”

Após assistir os filmes “Mar Adentro e Menina de Ouro” e relacioná-lo aos conteúdos que estudamos, propondo atividades que levemos nós alunos a pensar sobre o utilitarismo, dever e religião, partindo de certos princípios.

Enquanto no filme “Mar Adentro” relata o fato de um homem tetraplégico e preso a uma cama, luta na justiça pelo direito de morre. Que é uma história verídica de um espanhol que após um mergulho, e viveu 29 anos após o acidente sendo cuidado por seus familiares e lutando pelo direito de morrer dignamente, como ele mesmo dizia. Sendo seu caso levado aos tribunais para conseguir a legalidade da eutanásia, mas o pedido foi negado. No qual ele faz uma carta destinada aos juízes, que aparece várias vezes no filme: “viver é um direito, não uma obrigação”. Ele coloca em cheque a regulação da vida e da morte pelo Estado e pela Igreja e acusa a hipocrisia do Estado laico diante da moral religiosa. Aparecendo o debate sobre eutanásia entre um padre paraplégico e ele, sendo um seminarista o mediador da discussão. Além, do fato de ser uma advogada com uma doença degenerativa hereditária que cuida do caso, que procura trazer a discussão e a legitimação do caso para o plano racional, individual e não dogmático. Que de fato, ele alega que quem o ama realmente teria que ajudá-lo a fazer uma viagem “o de morrer dignamente”.

No “Menina de Ouro” passa por personagens que são esportistas emocionalmente com seqüelas. Enquanto o treinador de box carrega grande culpa por ter perdido a filha e feito o amigo perder a visão. Segue motivando e curando rapidamente as feridas dos outro, no entanto, não consegue utilizar em si mesmo. Sendo um sabedor da arte de defesa e do ataque do box. Vindo uma moça solicitar seus préstimos no sentido de treiná-la, vindo a recusar por várias vezes. Que depois de tanta insistência consegue fazer com que ele a treine. Temos que levar em conta que ela é uma mulher batalhadora, com sonhos grandiosos, que fazem o contrapeso com sua realidade pobre. E ela fez de tudo para vencer no box, no entanto, um acontecimento a tirou do rinque ficando tetraplégica, e ao ficar em cama o treinador faz de tudo para fazer com que melhore. O filme tem alguns pontos bem polêmicos, como: a família ingrata e interesseira, o ato de querer morrer, o sofrimento do treinador, a descrença em Deus, a eutanásia.

Em ambos os filmes num determinado momento os tetraplégicos querem morrer, e pedem que alguém tire suas vidas, caso pense na ética utilitarista, seria justo que o Estado concedesse a eutanásia, pois, segundo Bentham e Stuart Mil, uma ação é moralmente correta se tende a promover a felicidade e condenável se tende a produzir a infelicidade, considerando não apenas a felicidade do agente da ação, mas também a de todos afetados por ela. Além de o utilitarismo rejeitar o egoísmo, opondo-se a que o indivíduo deva perseguir seus próprios interesses, mesmo à custa dos outros, e se opõe também a qualquer teoria ética que considere ações ou tipos de atos como certos ou errados independentemente das conseqüências que elas possam ter.

Tem algumas passagens em ambos os filmes que comprova a descrença em um Deus, que os cristãos o julgam todo poderoso, no entanto, deixa que seus filhos permaneçam naquela situação.

Na Ética Kantiana (Dever) não poderia tirar a vida de uma pessoa porque conservar a vida é um dever. Se nos preocupamos apenas com isso, nossa conduta fica reduzida de significação moral. Se atentarmos contra ela, descumprimos o dever. Mas de alguém perdeu todo o apego à vida e, mesmo não temendo, ou até desejando, a morte, conserva a existência para não descumprir o dever de conservar a vida, sua conduta coincide externa e internamente com a lei moral e possui calor pleno.

Em ambos os filmes fazem alguns diálogos entre a crença e a descrença em Deus, caso formos pensar no ponto de vista do defensor da teoria ética cristã (o padre) não poderia solicitar a eutanásia ou muito menos solicitar alguém para tirar sua vida, porque se fizesse isso estaria violando um dos Mandamentos Divinos. Logo, sua única alternativa seria a de se conformar com a situação.

No momento em que o treinador tenta evitar que a família da boxeadora tente fazer com que ela assine a escritura da casa, inclusive a família tenta fazer com que ela coloque a caneta na boca, só que não assinou. Temos que levar em conta o fato de não ter aceitado a casa anteriormente, pois sua mãe disse que ela queria é prejudicá-la, neste momento ele usa a Ética do Dever para tentar evitar que eles a prejudiquem.

Em ambos os filmes, eles utilizam do utilitarismo para tentar comover e sensibilizar as pessoas mais próximas, para que possam tirar suas vidas e morrer dignamente.

Quando o treinador tira a vida da boxeadora ele utiliza a ética utilitarista, em decorrência que cada indivíduo deve analisar a situação particular na qual a ação que traga o maior beneficio para todos os envolvidos. Pois, ela já tinha pedido que tirasse a sua vida, além das diversas tentativas de se matar. E ele pode ter pensado e estabelecido que devam agir segundo regras que determinem o maior bem ou a maior felicidade para todos a que diz respeito sua ação, e, caso ela ficasse viva iria sofrer cada vez mais e juntamente com ela outras pessoas.