BURROCRACIA ELOGIADA

No decorrer deste mês, ouvi um notícia na TV que me deixou preocupado com a inteligência brasileira (estou falando da inteligência intelectual, não da ABIN).

Um jornal muito famoso da TV deu uma notícia mais ou menos assim: FIM DO ARQUIVAMENTO DE PAPÉIS EM EXCESSO. E anunciou a novidade: A partir deste ano, não vamos mais ser obrigados a guardar as faturas de contas (concessionárias, operadoras de cartões de cédito, etc). E explicou: No final do ano, a empresa emitirá uma fatura única, consolidada, com todas as faturas do ano descritas em um só papel. A informação foi dada em tom de aprovação, como uma grande notícia.

Ou seja: No final de 2010, muitas empresas vão emitir um folha (se couber numa) para cada usuário de água, luz, telefone, cartão de crédito etc. Então, passaremos a guardar as faturas até dezembro, e quando chegar a fatura anual, as outras podem ser atiradas no lixo (seria melhor reciclá-las, não é mesmo?

Agora imagine o seguinte: Todo brasileiro é usuário de energia, água, e muitos têm cartão de crédito. Imagine quanta folha será impressa por conta dessa novidade!

Quanto ao usuário, em vez de guardar 60 faturas durante cinco anos, ele vai armazenar apenas cinco (60 dividido por doze).

Foi bom pra você? Foi bom para o meio ambiente? Foi bom para as empresas? Você acha que ela não vai cobrar essa novidade na sua (de você) fatura?

Respondo com absoluta convicção: Não foi bom para o usuário; não foi bom para o meio ambiente; não foi bom para as empresas que prezam a responsabilidade ambiental.

É por essas e outras que renovo aqui o meu "elogio" a este país: É uma bosta! Já o chamei de porcaria. Bosta é porcaria. Se não for reciclada em adubo!

António Fernando
Enviado por António Fernando em 28/01/2010
Reeditado em 14/02/2010
Código do texto: T2055135
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.