REENCARNAÇÃO E IGUALDADE DE DIREITOS

Antes de tudo uma advertência: Eu não quero aqui defender ou atacar doutrinas, nem crenças. O meu intento é apenas mostrar o meu ponto de vista sobre uma questão que mexe muito com as pessoas, e envolve o nosso destino além-túmulo.

Naturalmente me refiro ao destino do eu, pois o ego mortal, em corpo individual, é enterrado, para servir de alimento aos vermes, para juntar-se aos elementos terrestres dos quais se formou.

O eu é a parte divina do homem, aquele Espírito de que fala o apóstolo São Paulo em sua primeira carta aos coríntios, no capítulo terceiro, versículo 16, verbis: "Não sabeis vós que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?"

Ao observarmos a vida no planeta Terra, vemos países riquíssimos e outros paupérrimos. Voltando os olhos para uma realidade mais próxima, o Brasil, deparamos com pessoas cheias de carrões, mansões, castelos e outras futilidades terrenas e passageiras, ao passo que há outras que vivem abaixo da linha de pobreza.

Aqui faço um reconhecimento: Não seria adequado que todos pertencessem à mesma classe socioeconômica, pois ninguém iria fazer o serviço pesado. E ainda não temos tecnologia suficiente para dispensar todos os tipos de serviço braçal. Ainda não sabemos como substituir uma pessoa que faz um delicioso feijão de corda numa panela de barro sobre um fogo de fogão a lenha.

Então, vamos viver neste sistema, com todas as bem-vindas classes sociais.

Mas a vida, digo, a existência, é curta. E se alguém nasce em berço de ouro, passa a vida em berço de ouro, e é enterrado em esquife de ouro depositado numa tumba de mármore, esse alguém passou pela vida (quero dizer existência) sem o direito de saber como é estar na pele de um cozinheiro de mão cheia, de um gari que passa seu dia a sorrir varrendo as artérias da cidade, um dedicado médico que sente um indizível prazer em curar (ou ajudar Deus a curar) seus pacientes.

Se a existência dura tão pouco, e não dá tempo experimentar muitos padrões de vida aqui na Terra, resta apenas uma solução: A volta ao planeta em outro corpo, em outro tipo de família, com outro padrão socioeconômico. Mesmo que não seja nesta terra, que seja em outra parecida com esta, já que “na casa do Pai há muitas moradas”, conforme está escrito no Evangelho de São João (capítulo 14, versículo dois).

Muitas pessoas alegam que a reencarnação (aqui ou em planetas parecidos com este) não é justa, pois não nos lembramos das experiências que tivemos em outras existências, e, portanto, seria inútil. Para essas pessoas eu respondo o seguinte: Você se lembra do trauma que passou ao deixar a barriga de sua mãe e nascer aqui na Terra? Você se lembra de quando tinha um ano, ou dois anos? Muitos responderão que não lembram. Eu também não lembro minha existência antes dos cinco anos de idade. Mas tudo aquilo pelo qual passei no período esquecido está gravado no meu subconsciente e pode vir à tona numa simples sessão de hipnoterapia. Existe um fenômeno chamado pantomnésia, que significa a memória de tudo que já se passou conosco desde que nascemos. Na realidade, desde que estávamos no ventre materno. Eu ainda iria mais longe: Desde quando começou o nosso ciclo de encarnações, ou desde que fomos criados como espíritos.

Existem pessoas que têm lembrança clara do que já passaram em outras existências. Nem precisam ser submetidas à hipnose.

Outro indício de que já passamos por experiências anteriores a esta existência é o fato de haver pessoas que em tenra idade já demonstram talento para certas artes, mesmo não tendo “a quem puxar”. Isso poderia ser explicado por um aprendizado anterior a esta vivência atual no planeta Terra.

A grande justiça da reencarnação é que você pode ser um esmoler, depois poderá ser um magnata do petróleo, um chefe de estado, um poderoso monarca e muitas outras coisas. Isso é justiça. Outra coisa que acho bastante justa é a possibilidade de voltar ao planeta Terra, que nós destruímos pensando que a herança vai ficar para filhos, netos e bisnetos. Não! Poderá ficar para nós mesmos! Imagine aí o poderoso presidente do mundo, digo, dos Estados Unidos, que se nega a assinar acordos como o Tratado de Kyoto. Pensa ele que estará livre do planeta Terra quando "morrer". Mas com a existência da reencarnação, ele voltará à Terra e sofrerá pelos danos que não ajudou a diminuir. Por acaso isso não é justo? Eu diria que é mais do que justo. É justíssimo.

Portanto, caros leitores, apesar de não termos certeza de nada, tenhamos cuidado com o que estamos fazendo agora, pois existe a possibilidade de que tenhamos que retornar a esta Terra, com todas as suas crises, com toda a maldade de que os humanos são capazes. O melhor que fazemos, mesmo não tendo a certeza de nada, é lutarmos por aprender muito nesta peregrinação e pedir todos os dias ao bom Deus que nos liberte do retorno a este planeta.

António Fernando
Enviado por António Fernando em 22/11/2009
Reeditado em 22/11/2009
Código do texto: T1937678
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