A vida na Cidade

Por pequena que seja uma cidade, ela possui algumas características que tornam a vida um risco. O trânsito é um atentado à sobrevivência; a violência é uma estupidez que em alguns casos desconhece limites. A poluição sonora traz-nos sérios problemas auditivos, além de stress.

Bom mesmo seria se todos pudessem viver no campo, mas não são todos que querem isso. É preciso produzir em escala industrial, e isso o campo não pode oferecer, sob pena de deixar de ser campo e tornar-se cidade. O campo seria a negação do capitalismo, que exige alta produtividade e lucratividade. Mas como seria delicioso e saudável.

Vou lançar uma idéia para tentar agradar capitalistas, socialistas, tabaréus e citadinos: Que tal uma cidade cheia de árvores, de carroças, de charretes? Bicicletas também poderiam transitar. O carro só poderia ser usado em caso de emergência (levar alguém para um hospital às pressas). Deixaríamos de respirar o ar poluído. Deixaríamos de morrer por acidente de trânsito. Que coisa marivilhosa! Que equilíbrio ecológico! Os amantes do lucro iriam vender o serviço de plantar árvores, ou comercializar mudas de arbustos e outros vegetais. Poderiam fabricar veículos de tração humana para vender em média escala. Bicicletas seriam bastante procuradas. Que tal plantar muito e vender a colheita? Frutas fresquinhas, sem agrotóxicos, sem qualquer produto artificial que forçasse seu amadurecimento. Galinha caipira, ovos de capoeira! Que delícia.

Minha cidade do futuro saudoso teria ruas calçadas com paralelepípedo, que é intermediário entre o asfalto e a pedra tosca. Haveria pouco emprego para médicos. Mas haveria. Pouca venda de drogas. As plantas seriam nosso medicamento. A energia eólica poderia render bastante dinheiro. Que coisa sadia!

Tenho certeza de que um dia a humanidade compreenderá o sentido do que estou dizendo aqui!

António Fernando
Enviado por António Fernando em 01/06/2009
Reeditado em 18/07/2009
Código do texto: T1627438
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