UM DEBATE SOBRE A INVENÇÃO DO SUJEITO: AS FERRAMENTAS DE AUGUSTO BOAL E A IRREVERÊNCIA TEATRAL JACOBINENSE

Esse trabalho visou investigar modalidades de constituição do sujeito. Para esse fim, discutimos a relação que jaz entre a linguagem e o poder tensionando o conceito de verdade. Os principais autores que mobilizamos foram Michel Foucault, Paul Veyne, Friedrich Nietzsche e Augusto Boal. Também nos teve grande relevância, as discussões do Grupo de Pesquisa I nreal , coordenado pelo professor Dr. Washington Drummond. O método perpassou entre estudo bibliográfico, entrevistas e questionários, análises de cartas e romance. Como fio condutor, tomamos Augusto Boal, o qual nos possibilitou exemplificar que o sujeito também se inventa a partir da escrita. Ademais, a obra A Estética do Oprimido (2009) desse autor, ampliou-nos o olhar, auxiliando-nos na interpretação de dois recortes temporais da história do teatro político em Jacobina, Bahia. Consideramos que o sujeito se constitui historicamente, e para entender a trama que envolve o fenômeno, fomos obrigados a levar em consideração não somente os aspectos do seu tempo, mas, também, a sua conduta individual e toda a sorte de questões físicas e narrativas que o permeiam. A conclusão que chegamos é que cada época produz um tipo de sujeito, pois, entendemos que as narrativas que o cercam, atravessam-no constituindo-o. A melhor parte é aquela na qual compreendemos que também o sujeito está à altura de, a partir de suas práticas e narrativas, modificar o mundo a sua volta.