Dança do Sol e da Lua

I Parte (Raniel Bomtempo)

Pela manhã, ergue-se o sol

Junto com o sol, ergue-se o mastro

A luz, pelo vão da cortina perpassa

E ilumina a mão que o mastro arregaça.

Revela-se a glande, grande

Que num toque de luz, reluzente, reluz

Cogumelar, vermelha e brilhante

Agora sem o seu capuz.

A glande seduz, a língua alheia conquista

Vem de encontro, língua lambe

Lambilonga, lambilenta e lambisca

Entre cheiros, sensações e toques, tudo enfeitiça.

II Parte (Alline Danielle)

Ao erguer-se o sol, desperto deslumbrada

deveras, ante a visão que tenho, fico ansiosa

A luz, no brilho dos teus olhos se reflete

O que vejo me deixa inquieta.

Grande assim bem gosta a flor, radiante

Em teus braços, desabrocha e se rende

Perfumada, macia e provocante

Agora sem nenhum véu que a esconde.

A flor seduz, o toque alheio conquista

Vem de encontro, mãos tocam

Tocatona, tocalonga e tateia

Entre cheiros, sensações e toques, tudo se aloca.