Paixão e Frenesi

Estar apaixonado

É fazer a mesa

Do café da manhã

Na cama desfeita,

Jogar edredom para o chão

E os travesseiros para o lado,

As almas nuas como os corpos;

E rir de quaisquer bobeiras...

Fazer biquinhos...

Lamber a ponta dos dedos

Dela cheios de margarina

E oferecer meio biscoito.

É aceitar o restinho

Do café nos lábios

Que se enfeitam com

Um sorriso de soltar borboletas.

E demorar beijando, se entregar

na busca pela pele eriçada que se roçam,

Se tocam e se afogueiam,

Sem perder o olho no olho.

Desejos urgentes quentes,

Feito labaredas que explodem

Silenciosas e ardentes,

Colocando os corpos a bailar.

Nesse frenesi da paixão,

O momento do café

Se estende até à tarde,

Com promessas da noite chegar.

E o dia vai levando embora,

A hora que não espera

O mundo que acontece

O tempo todo lá fora...

Paulo Siuves e Delaine Ester De Freitas Siuves
Enviado por Paulo Siuves em 09/03/2020
Código do texto: T6884372
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