O trem
Sonoro e estridente, apito ao longe se escuta, olhos marejados, emotivos, todos escutam.
O calar da voz, o silêncio do coração, o movimento do corpos a sós, a poesia viajando no trem, levando nos trilhos das ações.
..
..
Com ele vai os sonhos, a razão de viver. Me pergunto que farás minha vida, nesse trem, pedaço de ferro que me tira a paz mostrando- me você
..
..
Me mostra em pedaços espalhados em cada vagão, me mostra você trilhando saudades, descarrilado o meu coração.
Descarrila os meus sonhos e as minhas vontades, sob as sombras das estações
..
..
O "trem" com suas rodas, sem dó, cortam meu coração como tesoura cortando o papel. O papel das inúmeras cartas picadas e jogadas no chão, cartas escritas, esquecidas, cartas ao léu.
..
..
Cada vagão que vai em fila, fila de mim a alegria que tinha de ter você.
..
...
Vai!!! Monstro de ferro, fere-me profundo. Sem dó nem compaixão; me deixe só. A trilhar no meu próprio vagão. Me deixe aqui nos trilhos dos braços dele, que deixei hoje, pra sonhar e recitar o meu silêncio.
..
..
E, quando não me ouvir, apite. Mostre felicidade por carregar a quem mais quero no mundo. Aquela que me fez sonhar. E partiu, dentro dessa féra sem alma, me acalma. A dor no peito de quem fica.
..
..
Fica só...na fuligem de seu baforido Negro, que de mim, ri estridente e sem compaixão.
..
..
Na estação fico e me deixo ficar.
Nos olhos, lágrimas, no coração, dor.
Ela se foi, pra nunca mais voltar.!!