Solidão
Tua lembrança é que move esta pena
Que serena já nem sabe o que escreve
Segue leve e a dor não é pequena,
Quando minha mente, te lembrar, se atreve.
Em nossa cama só mesmo o teu cheiro
Um cinzeiro cheio, um copo vazio,
Um arrepio na espinha e o teu parceiro
Sem roteiro, não resiste a tal fastio.
Solidão... Sem sono, olho o teu lugar vazio...
Nem um pio, sofro a dor mais dolorida.
De mim perdida, o olhar vago em rodopio,
Eu me pergunto o que fazer da vida?
Se vida há, sem graça, com certeza...
Lugar à mesa, em tudo, sem seu riso.
Viesse agora, a morte, com fineza
Eu terminava já com o desterro.
JRPalácio Ana Maria Gazzaneo