FATO VESPERTINO

Um verso cavalgava o vento em assento de temporal

e rédea frouxa ao sabor da montaria.

De passagem assisti seu número sem dar a entender que o via,

se bem que o olhar não inibe o nu que é realmente nu.

Quando veio a chuva vi o mesmo verso navegar e ser seu próprio capitão.

Vi sua luneta encharcada de horizontes respingando estrelas na tarde

e enchendo de luzes o cantil do meu olhar de tantas sedes.

Depois tudo voltou ao normal;

a chuva e o vento partiram.

Não vi mais o verso…

Certamente atravessou a tarde

pelo lado de dentro de um arco-íris…

(MAURICIO C. BATISTA)(IN MEMORIUM)

Vi quando um verso meu entrou em transe

para satisfazer o ego das letras

que temiam não ser redigidas.

Afinal, não é qualquer palavra que sustenta uma rima

sem perder o rumo de sua estrofe.

Seu navegar era preciso,

pois sabia que o embarque dos sonhos

vinha acompanhado de saberes...

Não tinha canções no dialeto,

mas tinha o sabor que aquece o coração

enquanto a vida procura um atalho...

Ele partiu deixando saudades...

Sei que será difícil encontrá-lo para agradecer a gentileza,

que com certeza fará toda a diferença.

A essa hora deve estar acariciando uma nova poesia

que certamente acompanha uma estrela cadente...

(ESTRELA BRILHANTE)

Estrela Brilhante
Enviado por Estrela Brilhante em 08/06/2012
Reeditado em 08/06/2012
Código do texto: T3712693
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