O COTURNO! Um duo...
Fetiches de seduções,
Milagrosas aparições
Desfilam em minha cela,
Sob cores vindas de aquarela.
Auto-flagelo de emoções,
Tantas são as projeções!
O Coturno impera nela
Esta – aquela... e Ela!
Faz do meu falo o cassetete
E se coloca tête-à-tête.
Variadas são as excitações
E tantas as permissões!
Quem é guarda e prisioneiro?
Qual o segredo do cativeiro?
Amor goteja o dia inteiro
Não há ódio nesse tabuleiro.
Jogas-me contra as grades,
Unem-se nossas vontades...
Sufoco-a com meus beijos,
Beijos, beijos e mais beijos...
Lucidez e loucura,
Uma quase tortura
De ébrios desejos.
Abrigas meus ensejos,
Malícias e sevícias intensas
Fruto de paixões tensas...
Paira no ar cheiro de sexo
Que me deixa perplexo!
Na languidez que corre pelas veias
À minha frente arreias.
Cenário perplexo e complexo,
Em nada busco nexo.
Atos falam mais que os versos,
Pois somos dois universos,
Encontro amoroso de rio e mar,
Num instante de alucinar.
A pororoca logo desemboca
Num enrosca-enrosca
De línguas que se entrelaçam
E ameaçam...
Bocas se acoplam
Atrelam e rimam...
O coito é meio afoito
Doido, doído e completo...
Quedam-se os dois
Ao depois...
Plenos... Satisfeitos!
Gozos... Perfeitos!
Duo: Hildebrando Menezes e Silvia Mota – Poetas do Amor e da Paz