Vida Toda à Meia-Luz (Com Sil Castilho)

Minha inspiração vem de você

E com você ela se foi por si

É inevitável sofrer

Umas e outras poucas e boas por ti

Perdi-me do teu amor

Tão longe de saber voltar

Perdi-me da poesia

Que só encontrava no teu olhar...

O amor fala quando a porta range

Ante a noite escura, na janela entreaberta

Comprimo minhas tensas falanges

Nas paredes da palavra incerta

Pelas frestas da noite, a luz do luar...

Palavras sussurradas buscam teus ouvidos

Inquietas tentando teu amor encontrar

Entre lágrimas, juras e gemidos...

É algo como objeto de devoção

Meus ouvidos solitários clamam

Pela tua voz em doce vibração

Meus sentidos todos lhe amam

E no espaço claustrofóbico do meu ser

Me perco entre o sim e o não...

Ansiando teu amor pra aquecer

Teu toque pra pôr fim a essa fria solidão.

Distante tua projeção cálida

Sopra gélida pela calha

Tua dor em cor pálida

Feito avesso - fogo sobre a palha!

Fios de corda envoltos no pescoço

Caminho tenso à escuridão

Preso ainda em meu torso

Teu prateado medalhão

Em noites como esta, de trevas n’alma...

Entre versos e vinho, as fotos são companhia

A mesma lembrança que maltrata, acalma...

Entre essas mórbidas paredes sombrias...

O resultado aterrorizante de um adeus

Tudo parece pequeno e vão

Meus sonhos, misturados aos teus

Derramaram-se impuros ao chão

Na madrugada, sob a garoa fina que cai...

Saio em busca do elo perdido

O momento em que o amor nos trai

Profetizando um final não pedido...

Alex Fernando e Sil Castilho
Enviado por Alex Fernando em 10/08/2010
Reeditado em 16/10/2012
Código do texto: T2430586
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