Realidade (2)

Entre o que eu digo e entre a concretude do que eu digo, existem duas realidades. A retórica e a existência ou inexistência do que eu digo.

Retórico é o que eu falo. É sempre abstrato, mental, ideal. Não é possível abrir meu cérebro e dizer: olha, aqui está o que ele disse. Ao menos por enquanto. Talvez a neurociência um dia prove o contrário.

Por outro lado, a existência ou inexistência, do que eu afirmo, não depende do que eu digo. Ela é um fato (ou não) independente do que eu digo/falo.

Exemplo. Existem extraterrestres? A resposta adequada para esta questão, de minha parte, é: ‘eu não sei’. Então eu posso dizer isso de duas formas: a) Existem extraterrestres; b) Não existem extraterrestres. Porém, qualquer forma que eu uso para enunciar PODE não ter nenhuma relação com a existência, ou não, de extraterrestres.

Isso é, o fato de eu dizer/afirmar algo, de qualquer natureza, não é prova de que o que eu digo existe como fato, como concretude.

Complexo.