HOMENAGEM DA CÂMARA DE VEREADORES DE SOUSA À EAFS – 09.08.1995

HOMENAGEM DA CÂMARA DE VEREADORES DE SOUSA À EAFS – 09.08.1995

DISCURSO

Permita-me nas minhas palavras iniciais dirigir-me ao Dr. José Péricles Rodrigues Neves, autor do requerimento que possibilitou esta homenagem, para expressar os nossos agradecimentos pelo gesto.

Excelentíssimo Sr. Presidente desta casa,

Senhores Vereadores, Autoridades presentes,

Minhas senhoras e meus senhores.

A EAFS é uma das 43 instituições de ensino vinculadas à Secretaria de Educação Média e Tecnológica do Ministério da Educação e do Desporto. Para muitos, se constitui um grande patrimônio da educação de Sousa. Foi tratada pelo Dr. João de Deus Quirino como um templo do saber. Exageros à parte, temos que, em determinados momentos, concordar com os conceitos, pois realmente é significativo o papel desempenhado e o trabalho desenvolvido por esta casa de ensino em prol do desenvolvimento desta região.

Quarenta anos não são quatro dias. Ao longo de todo este tempo, a história desta querida instituição é pontilhada de momentos difíceis, sofrimentos, lágrimas, solidão, humilhação, mas também, sucesso, glória, participação e, principalmente, comprometimento com a causa da Educação.

Segundo o Dr. João Romão Dantas, Engenheiro Agrônomo, professor, escritor e ex-diretor, para se alocar o primeiro curso desta Escola, em Sousa, houve muita dificuldade. Foi necessária a influência e o prestígio do sousense ilustre Dr. Carlos Pires de Sá junto ao Superintendente da Superintendência do Ensino Agrícola e Veterinário no longíquo 1955.

Foi feito convênio com o Estado e o prédio do Centro de Treinamento de Professores de Sousa constitui sua primeira sede. Para Sousa, foi enviada a professora ALBANIR BARROS DE AGUIAR, uma alagoana, designada para dirigir o curso de Magistério e Extensão Rural, com duração de dois anos. A recém-criada escola passou a ser apelidada de Escola Doméstica destinada a jovens apenas do sexo feminino, constando de um bom currículo com disciplinas como: Administração do Lar, Vestuário, Decoração do Lar, Higiene e Enfermagem, Puericultura, Horticultura, Preparo de Alimentos e outros.

Em seguida, foi nomeada, para o cargo, a Professora Benigna de Araújo Pires (de saudosa memória), ficando até 1965, quando assumiu a direção o Dr. Tomaz Pires dos Santos, conceituado educador, que ficou no cargo de 1965, até o dia 7 de novembro de 1967, quando veio a falecer repentinamente causando uma perda irreparável a toda a comunidade sousense.

O Dr. João Romão Dantas assumiu a direção da Escola após a morte do Dr. Tomaz Pires dos Santos. Imbuído de bons propósitos, idealista, destemido e corajoso, enfrentou a batalha para permanência deste curso em Sousa.

Lutou incansavelmente para conseguir uma área onde pudesse ser construída a sede definitiva da Escola, encontrando na pessoa do Dr. José Sarmento Júnior (conhecido em Sousa como Dr. Zezé, a quem rendo homenagens neste momento), que gentilmente doou no loteamento Jardim Sorrilândia uma área de 16.740 m2, para construção desta Escola. A Escola começou a funcionar em sua sede própria em janeiro de 1970.

Em 1972, o Colégio abriu matrículas para o Técnico em Economia Doméstica, em regime de externato.

O Dr. João Romão ficou no cargo até março/1980, sendo substituído pela professora Rosena Alves Pires que ficou no cargo até julho de 1984. Efetuando ampliações e melhoramentos, foi criado, no seu período, o Curso de Agricultura e posteriormente transformado em Agropecuária.

Em 1984, assumiu a direção o Professor Eliel Nunes Rodrigues, que levou a Escola para o Perímetro Irrigado de São Gonçalo, conseguindo obras importantes e básicas para o funcionamento da Instituição. Teve participação especial durante a sua gestão o professor João Hélio Torres que terminou o mandato passando para o Professor Paulo César Abrantes, este, ficando no cargo até maio de 1995.

Estas comemorações de 40 anos coincidiram com o primeiro ano de nossa gestão, iniciada no dia 8 de agosto de 1994. Apresentamos uma proposta que mereceu a confiança de todos os segmentos daquela casa de educação. O Plano de Ação se baseava na Moralização Administrativa e Promoção de um Ensino de Qualidade. Elegemos 6 pontos prioritários, centrados nas atuais necessidades e nas perspectivas futuras, quais sejam: melhoria da qualidade do ensino; desenvolvimento dos recursos humanos; apoio ao estudante e incentivo às atividades artísticas e culturais; infra-estrutura física, além da modernização administrativa e maior integração da Escola com a Comunidade.

Para a melhoria de qualidade de ensino, resolvemos investir no corpo docente, incentivando os professores a realizarem Cursos de Especialização e efetuando a liberação de um professor para realizar Curso de Pós-Graduação a nível de mestrado, na área de Irrigação e Drenagem; fato este, ocorrido pela primeira vez na história desta Instituição. Entre outras providências nesta área. Assinamos convênio com a FAE para melhoria do acervo da biblioteca e determinamos que a mesma ficasse aberta à disposição da comunidade escolar nos períodos diurnos e noturno. O pessoal técnico-administrativo também recebeu atenção especial com a participação em curso, principalmente, nas áreas de informática, orçamento, finanças e recursos humanos.

Os alunos estão recebendo apoio com incentivo na parte pedagógica e atividades artísticas, culturais e desportivas. A Escola promoveu curso de teatro, formou o coral e incrementou a Banda Marcial. Construiu um moderno campo de futebol e pista de atletismo.

No tocante à infra-estrutura da Escola, construímos um abatedouro para aves e suínos, e com recursos vindos do FNDE, edificamos o prédio dos laboratórios de Ciências (Física, Química e Biologia), uma sala para desenho e topografia, além de adquirir um ônibus escolar. Na área de informática, instalamos linha lógica estabilizada no Departamento Administrativo, informatizando os setores mais importantes e construímos o Laboratório de Informática, que era um anseio de toda a sociedade para a promoção de cursos nesta área, para os alunos e pessoas da comunidade sousense, além da aquisição de um Gabinete Odontológico e uma subestação elevada de 75 KVA que vai melhorar o abastecimento de energia elétrica da Escola.

A relação da Escola com a comunidade se estreitou com a participação ativa de promoções e eventos nas mais diferentes áreas.

Firmamos convênio de Cooperação Técnica com o Centro Nacional de Pesquisa do Algodão da EMBRAPA, para a instalação e acompanhamento de projetos de pesquisa nas culturas do algodão, gergelim e amendoim.

Temos muitos desafios pela frente. O próximo século será o do saber. A sociedade que se avizinha será a sociedade do conhecimento. O ensino tecnológico, por nós praticado, tem muito a contribuir nestas nossas necessidades de mercado produtivo e de educação competitiva.

O nosso papel é compreender e organizar cada um dos elementos da conjuntura, como globalização da economia, da competitividade e o desemprego estrutural.

Lutaremos e vamos investir na formação de um trabalhador que seja mais criativo, auto-disciplinado, mais adaptável às mudanças rápidas da tecnologia, conhecedor das necessidades de preservação ambiental e de leitura político-social. Com isso, seremos mais eficientes, daremos respostas ao setor produtivo, e qualificamos o profissional, também como empreendedor.

Encerrando, quero agradecer a esta Casa Legislativa, que tem se constituído na verdadeira tribuna do povo e se notabilizado por discutir questões de interesse da comunidade.

Aos professores, funcionários e alunos da Escola os nossos parabéns.

A querida Escola Agrotécnica Federal de Sousa continuará a cumprir a sua finalidade, pelo que fez, pelo que faz e pelo que fará, será imortal dentro do tempo, alavancadora desta nova sociedade e centro de referência da Educação profissionalizante. Com isso, receberá sempre o apoio e os aplausos da comunidade sousense.

Chiquinho Cicupira
Enviado por Chiquinho Cicupira em 07/10/2021
Código do texto: T7358270
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.