Toda vez que Eu voo, o mundo sai do Lugar

8 horas da matina. Lá fora a escuridão reverbera seus ecos estrondosos em montes e baixios pela noite mal dormida, devido o clarão lunar. E, enquanto as ienas desfazem-se dos devaneios noturnos, os abutres e corvos alimentam-se de ilusões, ao passo que mais outros tantos preocupam-se com futebol e outras inocuidades, meus neurônios saltitam, debatem-se, regozijam de felicidade dentro da caixa craniana por ouvir tamanha musicalidade.

Comendo torta,

Arrotando direito,

Siga a procissão,

Séquito cego.

Incrível como os músicos setentistas não poupavam esforços, conhecimento e profissionalismo para produzir similaridades memoráveis, lúcidas, extravagantes. Em cada nota, em cada acorde um coito elétrico harmonioso ditava o estilo; caso típico dessa trupe, cujo modelo musical flerta do clássico ao gitano, levando-me ao êxtase de dizer: "santificada seja a confusão feita com esmero, zelo e apreço.

Isso sim, é obra que se ouvida a vida inteira, os tímpanos do ouvinte terão sossego, bom repouso após a morte; afinal, nela está o princípio de completa, pacífica e inalienável posteridade. Ou não é Deus que o recompensa o homem pelas boas obras feitas por Ele, na Terra?!

Há quem negue,

Sua legitim(a-i)dade.

O sol deu a cara e iluminando o rincão com seu olho cego, procura por um. Seguirei seus raios multicoloridos; e através deles, observando o gemido das folhagens sob ação dos ventos e ouvindo Jumble Lane nas caixas. Vício Alucinógeno, melhor que uma xícara de LSD com mastruz.

Por fim, ao tomar o farto desjejum com as pernas descruzadas, notei que a escuridão já não existia mais. Não existia, para alguns iluminados, óbvio; mesmo por que, a explicacão é que a maioria goza dos vícios contidos na mesmice. Para esses, embora não externem, a obstusa escuridão é eterna.

Em breve, assim que feita a digestão, tempo também para o término do coito sonoro, retomo o voo. Se não nos falarmos mais, boa sorte; durma bem!

Lembre-se sempre, da frase que cita a recompensa de Deus sobre as boas obras do homem, na Terra. Uma hora qualquer, criação e Criador estarão frente a frente, novamente. Finalidade: acertar as contas?! E ganso que não enche o cachimbo com bons vícios, não cruza de asas abertas a imensidão do lago, cuja água azul-turquesa se mistura ao azul celeste do firmamento, ao longe; formando o belo e perfeito Paraíso natural.

Feito os preparativos, fortalecida a musculatura, mente entorpecida, asas para quê te quero abertas. Chegou o momento de botar o mundo para dançar...

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 04/08/2021
Reeditado em 04/08/2021
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