BASTA DE PRECONCEITO! - Vale a pena ler.

“Minha religião não permite o aborto”.

“Minha religião não permite casamento entre pessoas do mesmo sexo”.

“Homossexuais não reproduzem”.

“Tudo bem ser gay, mas seja discreto”.

As lésbicas, os gays, os bissexuais, as pessoas transexuais, as travestis, as pessoas transgêneros e as tantas outras siglas do comportamento sexual e afetivo dos seres humanos estão fatigados de ouvir afirmações como essas, todos os dias ou com uma frequência absurda.

Você, provavelmente, já deve ter falado ou ouvido falar sobre um desses exemplos.

Sua religião não permite o aborto? Os seguidores de sua religião devem não praticar o aborto, como é recomendado. Mas, e quem não é adepta – ou convertida – em sua religião ou demais religiões que possuem o mesmo posicionamento sobre o tema? Elas também devem seguir piamente a recomendação do teu livro sagrado? Minha filosofia ou minha seita religiosa, minha sociedade religiosa permite. E agora? Não posso abortar porque sua religião – que somente lhe diz respeito – não permite? Você não acha que as recomendações do teu livro sagrado ou as convenções da tua religião devia ficar somente a sua vida pessoal e ao teu local para cultos e manifestações religiosas? Você não acha que religião não deve ser unificada à Constituição, ao direito dos outros?

Isso afeta em algo na tua vida? Cite exemplos contundentes para si mesmo.

“Ah, mas minha religião não permite casamento entre pessoas do mesmo sexo”.

E daí? O casamento é um direito civil de todos – e religioso também, haja vista que os líderes religiosos não podem se negar ou se omitir conceder a bênção -. À menos que você receba um convite para ser um/a dos/as noivos/as, você não deve interferir no querer das pessoas em firmar votos matrimoniais.

Isso também afeta em algo na tua vida? Cite exemplos plausíveis para si mesmo.

“Ah, querido, mas mesmo assim, homossexuais não reproduzem”.

Um matrimonio, uma relação afetuosa não é obrigatória haver atos sexuais. Não são todas as pessoas que se casam para reproduzirem. Com tanta criança abandonada, sem família no mundo, vai reproduzir mais? E os sentimentos? Sexo é sentimento? Sexo é sensação de estar bem, de bem-estar, não deixando de ser um complemento do sentimento, mas não um sentimento.

“Você não me entendeu bem. Eu não tenho nada contra os gays, eu até tenho amigos, irmão, primos que são, mas quero que eles sejam discretos”.

Em primeiro plano, ter amigo, irmão, pai, primo, cunhado, vizinho, colega de trabalho, professor, qualquer indivíduo que seja, ~ não ~ te isenta de ser preconceituoso ou de cometer discriminação.

Em segundo plano, nós – seres humanos -, temos o direito de sermos como quisermos ser. A democracia nos proporciona isso. Existem pessoas que possuem uma voz mais aguda que em outras pessoas do seu gênero, mais grave que em outras, mais doce que em outras, mais “rude” que em outras pessoas, que andam “rebolando” mais que outras pessoas, isso pode ser por motivo biológico, ou seja, já nasceu assim, ou por construção social. Quem nunca ouviu aquela frase que “homem não cruza as pernas”? Isso é uma construção social, cultural.

Não compete a você dizer ou reforçar como as outras pessoas devem se vestir, se expressar, que cor de batom usar, que jeito andar, que forma falar. Somos livres! E usamos isso como a garota heterossexual que têm o cabelo “Joãozinho” usa, como o jovem com brinco usa, como o escocês de saia usa. Compete a você revisar o caráter da pessoa, sem levar em conta sua sexualidade, sua forma de se vestir, de se maquiar, de falar, de gesticular. Não cabe!

Cabe a você respeitar ela ou engolir seu preconceito sob a justificativa de que você não quer machucar fisicamente ou psicologicamente aquela pessoa diferente de você. Você é obrigado a aceitar? NÃO! Você é obrigado respeitar – está na Constituição para refrescar a memória das pessoas que BASTA DE PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO CONTRA QUAISQUER PESSOA DIFERENTES DO SEU CONVÍVIO SOCIAL OU DO SEU GRUPO SOCIAL.

Lembre-se que não é privilégio ter os mesmos direitos que as maiorias têm, especificados para uma classe ou grupo social.