Em meio ao cuidado, atordoado...

Fortaleza, quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Como concentrar-me em algo, se me encontro disperso;

Articular pensamentos e divagar sobre um tema é imaginário;

Leio, escuto, canto, sonho, devaneio, permaneço e sumo.

Enfurecido me vejo atordoado por tanto e por tudo;

Isso que chamam “cuidado” me deixa louco, extasiado.

Quero me encontrar e ao fim de tudo chegar, mas não sei se dá.

Tudo está para acabar, enquanto estou ainda no início de tudo.

Embora já conheça o final e sinta-me capaz de nele me encontrar.

Todavia é tortuoso o caminho e transpiro em anseios e esforços;

Dou mil rodeios e sigo, indo e voltando, entendendo e me perdendo.

Confuso, conflituoso, sereno e quente, muito quente.

Pareço uma bomba, prestes a explodir, expandir e destruir;

Mas perderam o detonador e o meu destino é incerto;

Quem vai me encontrar, vão me desativar? Enfim o alívio?!

Ou um tolo ou sábio decidirá por estraçalhar meus pensamentos;

Por fim a noites, dias, quentes, muito quentes;

Viagens, paisagens, quentes muito quentes;

Nada sei ao certo, então o melhor a fazer é voltar;

Me entender com tudo que chamam de “cuidado”;

Sentar-me em casa e compreender isso que é “domiciliar”;

E antes de envelhecer um dia mais entender o dito “idoso”.

22/10/2008 21:20

Flávio Dourado
Enviado por Flávio Dourado em 22/11/2012
Reeditado em 27/11/2012
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