Acabei de inventar

Fico extasiado toda vez que a vejo. A teoria para mim é alimento, praticar é esticar a refeição. Alimento saudável, baixas calorias, rico em conhecimento e sabedoria. A teoria mostra o caminho, a prática, o caminhar. Quando a teoria seduz e apaixona, a prática é o final feliz.

Certa vez, num lugar longíquo, povoado de magia e pouca imaginação, que, por sinal, moram quase juntas, não havia teoria, nem prática, tudo, era tudo intuição, então, que palavra feia, esquisita, então, na base da intuição escrevi minha estória, mas no final não sabia se era real ou ficção, a estória e eu.

Depois deste imenso vazio, angustiante, passei a me preocupar mais com os lugares aonde eu ia, e se iria valer a pena viver nestes mundos paralelos.

Eram frases desconexas e a realidade quase não aparecia, de tão bem escondida. Eu me escondia nelas também e fiquei assim por anos e anos, até agora, agora, acho que não acordei.

E neste mundo meticuloso de frases de efeito, artifícios, teóricos e práticos se degladiam, e hoje, não sabem que são irmãos, primos, parentes em primeiro grau. Uns acham que a teoria é chata, outros acham que a prática é irresponsável e, assim, desgastam o mais importante, o interesse dos terceiros. Explico: para se gostar de ler, de praticar, temos que teorizar, pelo menos interiormente, mas com esta guerra, fica impossível este entendimento, entrelaçamento, basilar.

E entre a teoria e a prática, o mundo da magia, da mágica mesmo, ilusionista, coelhos, coisas do gênero, alquimistas, magos, etc., ocuparam o espaço que estava ali para ser preenchido e foi. Vender fórmulas mágicas é muito fácil, todo mundo quer comprar. Fantasia então: harry potter vende mais que água no deserto. Auto-ajuda é o alimento, nem precisa teorizar, muito menos praticar, é só engolir, nem precisa mastigar.

E este é o tema de minha dissertação, dever de casa, mudar o tema, alterar o texto, fazer diferente, modificar, remover a ordem, complicar descomplicando, mexer, remexer e mexer de novo, ler, reler e ler novamente, de novo, novo, ovo, vo, o, reinventando o vento, ventando, deslizar pelas folhas brancas do papel, está certo, podem me chamar de maluco, comecei de um jeito e terminei assim, falando de nada, enquanto tudo está aí, às claras, para quem quiser ver, ler, nem precisa de mágica.

florencio mendonça
Enviado por florencio mendonça em 14/05/2008
Código do texto: T989514
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