MEU PRIMEIRO ENCONTRO FOI COM DONA LOLA

Eu conheci Dona Lola e seus quatro filhos nos meus 12 anos de idade, foi uma grande surpresa. Eu estava na década de 80 e ao mesmo tempo na década de 20. Vivenciei o crescimento das crianças , a velhice de Dona Lola, emocionei com a morte do seu filho mais velho Carlos e adorava os doces que as irmãs de Lola faziam.

Já havia encontrado o menino que tinha o dedo verde e o menino maluquinho ( filho do Ziraldo) na minha infância, mas Dona Lola havia me aproximado da literatura. Como eu gostei de estar em dois mundos ao mesmo tempo. Depois, conheci a moreninha e os quatro amigos que fizeram aposta para conquistar a linda menina. Como era divertido aquele sítio onde viviam esta turma. E como era triste e, por incrível que pareça, alegre o cortiço que eu conheci. Já com meus 17 anos, aquele cortiço de Aloísio de Azevedo havia me impressionado muito. Tristezas e alegrias e muita desigualdade social no mesmo lugar.

Já havia viajado com a turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo, mas confesso, que era na TV que esta família me chamou atenção. As músicas, as cores, os efeitos especiais eram muito mágicos para uma criança. Fazia uma leitura, era uma leitura: diferente.

Sou curioso: leio tudo que me chame atenção. Já tive um encontro marcado com Fernando Sabino, viajei com Pedro Bial nas suas crônicas. Concordei e discordei com Arnaldo Jabor comendo um delicioso “sanduíche de realidade”, vi Tieta chegando em Santana do Agreste e observei os Capitães de Areia no cais do porto. Conheci a Hilda Furacão e o tímido Roberto Drumond nas redações de um jornal de Belo Horizonte.

Sempre gostei de ler, hoje aprecio os livros da minha área de jornalismo e de famosos como o apresentador e empresário Silvio Santos e do diretor de TV Daniel Filho. E sempre gostei de escrever, passei a minha adolescência escrevendo romances( nunca publiquei) mas estão guardados em uma gaveta. Estes romances me deram suporte para escrever artigos e poemas que publiquei neste início de faculdade.

Com a obrigação de um profissional, mas com o encanto e prazer de um leitor; leio as revistas semanais, jornais e notícias on-line para não me distanciar deste mundo. Mas, confesso, que ler um romance é ter um mundo paralelo que, muitas das vezes, leio as últimas dez páginas com tristeza, porque deixarei de viver com aqueles personagens.

Leitura é fascinante e para o jornalista deve ter o prazer e a obrigação, a crítica e o amor. O sonho e a realidade.