ESTA É A MINHA SOGRA...

Perônio estava suando frio em frente à casa de sua namorada. Iria pedir a sua mão e todo o corpo (claro) para a sua sogra. Iriam ficar noivos. O problema é que nesses dois anos, a sogra de Perônio sempre o tratou como um soldado. Sim! E ela era a general. Faça isso! Faça aquilo! Pega isso! Pega aquilo! Putz... Perônio só agüentava isso, pois a sua namorada era um amor de pessoa. Era totalmente diferente da mãe. Meu benzinho pra cá e pra lá. Fazia tudo que ele queria. Até penteava o cabelo dele. Que preguiça, Perônio...

Todos daquela cidade comentavam como a sogra de Perônio era uma mala sem alça e como a sua namorada era uma princesa. Linda e educada. Por isso, Perônio não desistiu do seu namoro. Iria casar e morar bem longe da sogra. Estava vendo a possibilidade de morar no Japão. Assim, estaria do outro lado da sogra. A única tristeza era deixar o seu pai viúvo, um amor de pessoa, sozinho. Mas era a vida...

Tomou coragem e Perônio entrou. A linda namorada o recebeu com beijos e a sogra pediu que ele arrumasse o pé do sofá. Depois, sentaram. E Perônio pediu a moça em noivado. A sogra disse um rosário de orientações. Tinha que fazer a sua filha feliz. E depois disse como foi infeliz com o seu finado marido. “Casamento não é mar de rosas”. Perônio só não desistiu de colocar o anel de noivado no dedo de sua amada, pois os olhos dela estavam eufóricos e mais lindos do que nunca. Perônio... Lembra que vai para o Japão.

No dia do casamento, Perônio com um terno novo, esperava a sua linda princesa no altar. Ela iria entrar com o tio e sua sogra, estava lá no altar, ao seu lado. Já não segurava as lágrimas, pegou um lenço de papel e limpou o nariz. Não tinha lixo na igreja. Pediu ao Perônio que guardasse no seu bolso. Ah! Não... Agora era demais! Mas já era a hora da entrada da noiva e ela apareceu linda. Virginal... Esqueceu-se do lenço sujo.

Depois que eles voltaram da lua-de-mel, a sogra adoeceu e não puderam mudar para o Japão. Compraram uma casa ao lado da casa da sogra e Perônio e a sua esposa levavam a vida. Ai... a coisa mudou... Perônio chegava em casa e a linda namorada se transformava numa aspirante a general. Faça isso! Faça aquilo! Não me toque, estou com dor de cabeça. Compre isso! Compre aquilo! A vida de Perônio virou pelo avesso e o casamento tinha transformado aquela linda princesa numa generala.

Desgostoso, e após brigar com a esposa, foi na casa da sogra, tentar uma conversa. Aquela sua filha não era normal. Quando chegou lá, ela estava no sofá vendo TV. Parecia bem melhor. Mas ela estava diferente. Nunca a viu tão animada. Quando o viu, a sogra pediu que o sentasse ao seu lado. Como assim? E ela revelou... Depois de anos o seu time do coração chegou à final de um campeonato. E o seu time de coração, era o time de coração do Perônio! Ah! Pegaram uma cervejinha e assistiram ao jogo. A cada gol, os dois se abraçavam. Quando terminou a partida e o campeão foi o time da sogra, os dois até dançaram um tango na sala. A partir daquele dia, Perônio fugia de sua esposa e tinha a sogra para acompanhá-lo nos jogos. E não era só futebol, não... Eles tinham em comum o gosto pelo baralho, xadrez e boliche. E colecionavam as mesmas coisas... Como, por exemplo, a revista do time do coração.

O casamento acabou. Perônio não agüentava mais a princesa mimada e a sogra deu o maior apoio. Porém, ele não queria perder a amiga que conquistara. Por insistência e um trabalho de cupido espetacular, Perônio casou a sua sogra com o seu pai. A sua madastra era a sua ex-sogra! Quando eles voltaram da lua-de-mel, Perônio deu aquilo sorriso para a ex-sogra e esta continuou sisuda e pediu ao Perônio: Carregue as minhas malas para o quarto e rápido!

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