UM DIA É DA CAÇA, O OUTRO DO CAÇADOR...

Que coisa mais difícil é saber perder. Geralmente há o afastamento proposital da pessoa que o venceu, com o temor de enfrentar suas normais descargas verbais de vencedor. Porque ver o opositor galgar a vitória não é fácil. Principalmente quando esta pessoa também não sabe se controlar dentro dos modos de ética e respeito. Talvez por isso aconteçam tantos desentendimentos e até casos extremos.

Eu provei a indigesta experiência de perder uma campanha política muito disputada.. Estava convicto da vitória e perdi. Tive que buscar forças no âmago da alma, para me dirigir à aquela pessoa que me vencia. Senti remoer por dentro, no momento que fui obrigado a parabenizá-la. Sim, ou faria isso, ou estaria partindo para uma posição de indesejável inimizade. Só que na campanha seguinte, vi que aquela mesma pessoa não teve um gesto de grandeza, quando o vencedor fui eu.

Que dramáticos e tristes espetáculos presenciamos nos arredores dos estádios de futebol das grandes cidades, em dias de futebol. Quanta selvageria! Torcidas que se dizem organizadas travam as mais horrendas batalhas. E o mais triste é que sempre alguns torcedores perdem a vida.

Tão bonito que é o esporte. A competição justa e limpa na luta pela vitória. Se não deu para vencer, chega o momento mais belo do esporte que é saber perder.

Saber perder é encontrar forças no mais profundo do ser. É ruminar o gosto ruim de derrota, por vários dias, até superar.    E o que dizer da vitória? O maior gesto do vencedor é saber respeitar o derrotado. Sim, porque na estrada da vida, súbito, acontecem fatos novos. Quem não sabe ganhar hoje, pode não saber perder amanhã. ou vice-versa.

A propósito, você já aprendeu a perder? Na nossa vida é como diz o dito popular, um dia é da caça, o outro do caçador!